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Polícia

Jovem acusado de matar adolescente em Gondomar admite agressão sem intenção de matar

O jovem acusado pela morte de um adolescente de 14 anos em agosto de 2016, em Gondomar, admitiu esta quarta-feira em tribunal tê-lo agredido com um mosquetão, mas sem intenção de o matar.

“A minha intenção nunca foi o que acabou por acontecer”, disse hoje o arguido, de 18 anos, ao coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, onde está a ser julgado pelo crime de homicídio qualificado.

Segundo o Ministério Público, a 27 de agosto de 2016, os dois jovens envolveram-se numa discussão, motivada por uma desavença que mantinham na rede social Facebook, por causa de uma namorada

Na sequência dessa discussão, o acusado agrediu com um mosquetão a vítima que, dois dias depois, acabou por morrer no Hospital São João, no Porto.

 

Durante o seu depoimento, o arguido Mário Sousa confessou ter trocado “várias” mensagens com a suposta namorada da vítima e ter deixado um comentário numa fotografia da mesma que lhe teria dito que já não namorava.

“Depois de ter feito esse comentário, ele [vítima] ficou desagradado com isso e começamos a trocar mensagens desagradáveis no Facebook porque ele estava com ciúmes”, referiu.

Contrariando a acusação, o arguido ressalvou que “nunca” vigiou a vítima e que, apesar de morarem a 700/800 metros um do outro, não tinham qualquer relação de amizade ou confiança.

Na noite do incidente, o arguido contou que, no final do jantar, foi comprar cigarros, após o que se cruzou com o jovem de mão dada com a namorada.

“Ele deu-me logo um soco no olho, no nariz e um pontapé na anca e eu agarrei no mosquetão e dei-lhe um soco, foi só um, ele caiu para trás e eu fugi”, explicou.

O arguido contou que fugiu porque ficou com medo que os amigos da vítima o agredissem e que, pelo caminho até casa, atirou com o mosquetão para um mato porque tinha medo de que o instrumento o pudesse “incriminar”.

Nessa noite, o jovem disse ter ido entregar-se à PSP, mas como não existia queixa acabou por ir para casa, apresentando-se lá novamente no dia seguinte quando soube que ele estava “muito mal”.

Inicialmente, o jovem ficou em prisão preventiva (medida de coação mais gravosa), estando agora com obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica.

A namorada da vítima adiantou que na noite dos factos, eles iam de mão dada pela rua abaixo para apanhar o metro quando foram surpreendidos pelo arguido.

“Foi ele [arguido] que começou a agredi-lo e ele só se defendeu, eu ainda tentei impedir ao pôr-me ao meio, mas não consegui”, ressalvou.

Depois, acrescentou, o namorado levou a mão à cabeça e caiu inanimado, tendo o suspeito fugido.

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