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Camilo Castelo Branco e Ana Plácido – a paixão que escandalizou o Porto

A história é conhecida, mas vale a pena relembrá-la. Camilo Castelo Branco conheceu Ana Plácido, a sua “paixão fatal”, por 1850, aqui no Porto

Um amor que vem contrariar os bons costumes e a moralidade vigente na sociedade oitocentista. Estes conhecem-se em 1850, num baile da Associação Portuense. Nesta altura, a jovem Ana Plácido, estava prometida a um comerciante abastado, o que à época se consideraria um “excelente partido”.

Camilo não conseguira esquecer Ana. Assim, por volta de 1858, este D. Juan, começa a cavalgar junto da casa onde vivia Ana Plácido com o marido, que insatisfeita com o seu casamento não se coibia de o vir cumprimentar.

Este ato de extrema imoralidade não caiu com bons olhos à sociedade portuense. Nenhuma mulher poderia ficar impune a estes amores extra conjugais, infringindo as regras estabelecidas.

Apesar de inúmeras vezes ter sido advertida para o grande perigo que corria, não contrariou este amor. Contra todos os argumentos, avançou para os braços de Camilo, abandonando o marido e foge com Camilo para Lisboa.

Conhecido o escândalo, a esposa adúltera é posta em reclusão no Convento da Conceição de Braga, mas ao fim de pouco mais de um mês foge, retomando a convivência com o seu grande amor.

A 26 de Março de 1860 Ana Plácido é pronunciada pelo Crime de Adultério e é presa na Cadeia da Relação do Porto e Camilo, depois de vaguear pelo Minho e Trás-os-Montes, aí se entrega a 1.10.1859, acusado por ter copulado com mulher casada.

Aguardaram presos, durante mais de um ano, o julgamento em que o júri não considerou provados os factos e, por isso, foi proferida sentença absolutória.

O julgamento, aconteceu num clima de grande tensão, correspondente à grandiosidade do escândalo.

Ao lado de Ana Plácido, Camilo de Castelo Branco decorre o final da sua vida, no entanto, não encontra a estabilidade emocional acrescida dos problemas que a sua prole lhe dá. O filho Nuno é um vadio , o seu filho Jorge é deficiente mental.

A progressiva cegueira deste autor leva-o ao desespero que culmina em tragédia com o seu suicídio por arma de fogo em 1890.

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