Depois de no último ano Portugal nem sequer ter participado no Festival da Eurovisão, este ano surge com um dos grandes favoritos. Será que após o Europeu de Futebol, Portugal voltará a fazer história na Europa?
Quando subiu ao palco pela primeira vez como candidato a representar Portugal na Eurovisão, muito poucos foram os que acreditaram que Salvador Sobralchegaria à final do concurso que hoje se disputa em Kiev, na Ucrânia.
s críticas que lhe foram apontadas não foram poucas. Passaram pelo guarda-roupa, pela sua postura e gestos e, ainda, pela própria música, que para muitos não tem o exigido para um espetáculo como o da Eurovisão, leia-se: ritmo, coreografia e ‘show-off’.
Estas mesmas criticas foram feitas quer por simples telespetadores, quer por várias personalidades e o assunto foi debatido em programas de televisão, nas redes sociais e em conversas de café.
O alarido que se criou à volta de Salvador Sobral, cuja popularidade começou em 2009 quando participou no programa Ídolos, foi de tal forma que, gostando ou não, acabou por ser ele mesmo o eleito para ir à Ucrânia. E, pode dizer-se, há muito não se via tantos portugueses tão entusiasmados com o certame que em tempos moveu paixões.
Quando Salvador subiu ao palco na semi-final desta terça-feira, as críticas tornaram-se em gritos de apoio e, no final, o português conseguiu não só a qualificação para a final, como é já considerado um dos favoritos à vitória. E é a imprensa internacional quem o diz.
Lá fora, Espanha, Reino Unido, Austrália e até a Alemanha estão rendidos a um tema que consideram ser “Disney Jazz” e que dizem ter todo o potencial para vencer.
Nuno Markl, que foi um dos mais acérrimos defensores do cantor, defendeu-o não só antes da sua presença na Ucrânia, como depois da passagem à final
“Graças ao Salvador, é provável que o mundo tenha percebido que mais do que passadeiras de ginásio, cascatas de fogo, projecções, gajos vestidos de gorila, coreografias com tranças desgovernadas… canções, num Festival da Canção, são A cena”, escreveu na sua página de Facebook, considerando ainda que “numa era de superficialidade […] deveria reconhecer[-se] que o Amar Pelos Dois significa de resistência à tendência chiclete do mundo em que vivemos”.
Hoje todas as atenções voltam a estar centradas em Salvador Sobral, que de uma coisa se pode orgulhar: já fica para a história da Eurovisão, tendo a sua prestação sido a que mais audiências registou na RTP desde que a seleção nacional se sagrou campeã da Europa, no ano passado.
A seu favor, estão, ainda, as votações do site eurovisionworld.com, dedicado ao concurso e que faz uma média de várias casas de apostas, e em que Portugal encontrava-se, até quinta-feira e desde 06 maio, no segundo lugar do pódio. Ontem, destronou Itália do primeiro lugar, posto que aquele país ocupava desde 18 de fevereiro.
Esta noite, como canta Salvador Sobral, “não se ama sozinho” e hoje, certamente, todos ‘amam’ Salvador e todos estão sintonizados no festival europeu à espera que, à semelhança do que Éder fez em 2016, também Salvador faça vingar Portugal.