A família de uma jovem submetida no Hospital de São João, no Porto, a uma cirurgia que a deixou em estado vegetativo, apresentou uma queixa-crime e interpôs uma ação cível, pedindo uma indemnização de cerca de 960 mil euros.
O caso ocorreu há três anos quando Maria do Céu, então com 17 anos e com “uma vida perfeitamente normal”, foi submetida a “uma cirurgia para reparação de defeito do septo interauricular com excerto de tecido”, contou à Lusa o pai da jovem.
Uma intervenção que, acrescentou, o cirurgião do Hospital de São João “garantiu 99% de sucesso” por ser uma cirurgia “vulgar” e que “só se houvesse um ‘tsunami’ é que correria mal”.
Cerca de sete horas após o início da operação, o cirurgião terá informado a família que a intervenção teria corrido “muito mal” e que a jovem tinha entrado em “coma”.
“Na altura, o cirurgião explicou-nos que foi uma falha relacionada com uma cânula responsável pela oxigenação. Não sabemos como é que isso aconteceu e quanto tempo durou”, alega Manuel Fernando.
Segundo afirmou à Lusa, foi apresentada “uma queixa-crime no Departamento de Investigação e Ação Penal [DIAP] do Porto e em fevereiro deste ano foi interposta uma ação cível no Tribunal Administrativo e Fiscal [TAF] do Porto”.