Liz Boulter, jornalista do diário britânico, embarcou numa viagem sem saber qual o destino. Aterrou no Porto, descobriu-o de forma alternativa e gostou. Muito.
Como conta hoje no The Guardian, o conceito de destino mistério (no caso, proposto por uma companhia aérea holandesa) lança de imediato um desafio: parte-se à descoberta de uma outra realidade, outra paisagem, com tudo em aberto. Foi com esta liberdade que chegou onde há “muito mais para oferecer além das atrações imperdíveis” sugeridas nos guias comuns de viagem.
Escreve Liz que “esta cidade brilhante, ventosa e acidentada bem recompensa o viajante sem rumo”. Na companhia do marido, aplicou “uma estratégia simples: escolher o beco mais estreito e sombrio”. No Porto, garante, pode-se. Não só se pode, como se recomenda. Esta imersão no desconhecido “levou sempre a algo que valia a pena”, distante do postal turístico.
Neste registo, ficou intencionalmente de fora a visita a lugares de referência. Em vez de Serralves, “a mais visitada galeria de Portugal”, o casal apreciou “a impressionante arte urbana em muitas paredes antigas” ou uma loja de artesanato “fascinante” numa rua da Sé; em vez da Casa da Música, desfrutou dos ritmos brasileiros tocados na rua e “tropeçou” no fado, numa tarde de domingo, numa adega perto do Teatro Nacional de São João, “onde os locais se revezavam” a cantar.
A troca do óbvio pelo inesperado tomou os dias. Por exemplo, de fora ficou também a “nova onda de restaurantes distintos”, o que deu a oportunidade de explorar inúmeros “bares atraentes e restaurantes escondidos”. A chatice, parece, foi mesmo não haver tempo para os experimentar todos.
Sem desejar dar grandes referências de “spots”, até porque a intenção será mesmo incitar outros visitantes à aventura, Liz Boulter deixa neste artigo como sugestão “uma cidade de sol temperada por brisas atlânticas”.