O novo Prémio D. António Francisco dos Santos, de 75 mil euros, vai distinguir a 11 de setembro de cada ano um cidadão que se evidencie na defesa da paz e direitos humanos, anunciaram hoje no Porto os promotores.
“Estaremos aqui no dia 11 de setembro para entregar o prémio a um português ou a um estrangeiro, que se tenha evidenciado na promoção e defesa dos direitos humanos, na promoção e defesa da dignidade da pessoa humana (…), na promoção do diálogo inter-religioso e ecuménico e na promoção da paz”, anunciou hoje Américo Aguiar, cónego e presidente da Irmandade dos Clérigos.
Falando numa conferência de imprensa, que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto, Américo Aguiar afirmou que este galardão é “um filho da globalização”, por poder ser atribuível tanto por pessoa ou consórcio português, como de qualquer parte do mundo.
O prémio pecuniário — a suportar em partes iguais pela Associação Comercial do Porto, Irmandade dos Clérigos e Santa Casa da Misericórdia do Porto – foi apresentado precisamente no dia em que se assinala o 30.º dia da morte do bispo António Francisco dos Santos.
O último bispo do Porto morreu pelas 09:30 de 11 de setembro deste ano, aos 69 anos, vítima de ataque cardíaco.
O júri para o novo prémio da cidade do Porto, cujas candidaturas vão abrir em março e se prolongam até junho, vai ser integrar pelos responsáveis da Associação Comercial do Porto, Irmandade dos Clérigos e Santa Casa da Misericórdia do Porto.
“O montante pecuniário é para servir de motor, de alavanca para outros projetos para que o exemplo de D. António Francisco dos Santos se possa multiplicar”, explicou, durante a mesma conferência de imprensa, o provedor da Santa Casa da Misericórdia, António Tavares.
O prémio criado pelas três entidades do Porto pode ser alargado a “outras instituições e o valor pecuniário também pode aumentar, referiu Américo Aguiar.
O presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, explicou, por seu turno, que a instauração de um prémio para distinguir quem se destaque pelo “trabalho social”, “pelo amor ao próximo”, pela “solidariedade” e pela “construção de pontes em prol da paz ao longo de um ano”, já vinha sendo “trabalhado” e “discutido” “há meses” pelas três autoridades locais.
“Entendemos que homenagear D. António Francisco dos Santos era algo que, embora ainda pequeno pelo trabalho que ele desenvolveu ao longo dos três anos que esteve cá na Diocese do Porto, é algo que é devido e é algo que será justo. A cidade ficou há um mês mais pobre. A cidade perdeu um dos seus melhores, se não melhor, mas a cidade não se esqueceu dele, nem do legado, nem da forma franca, leal e amiga como se relacionava com todos. E esta é a forma que as instituições entenderam para homenagear tão ilustre figura”, declarou Nuno Botelho.
O regulamento do novo prémio da cidade do Porto vai estar disponível nas páginas da Internet das três instituições que estão a promover o galardão, adiantou Américo Aguiar.