Questionada pela Lusa sobre se recebeu contactos da Universidade do Porto ou do Estado para adquirir o ex-colégio Almeida Garrett, património imobiliário da Universidade do Porto que está em processo de venda em hasta pública por 6,1 milhões de euros, a Câmara do Porto assegurou que “nunca foi contactada pelo Estado português ou pela Universidade sobre o seu interesse em adquirir o imóvel, nem conhece o valor da transação”.
Na quarta-feira, o vereador do PS da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, defendeu que a autarquia deveria comprar o ex-colégio Almeida Garrett, e a vereadora da CDU da Câmara do Porto, Ilda Figueiredo, por seu turno quis saber se a autarquia foi contactada para exercer o direito de preferência na aquisição do ex-colégio Almeida Garrett.
Fonte oficial da Câmara do Porto explicou ainda que a autarquia “não poderia, mesmo querendo, exercer direito de preferência” no caso do antigo colégio Almeida Garrett, por “não ser um edifício protegido”, “nem estar abrangido por uma Operação de Reabilitação Urbana (ORU)”.
A Câmara do Porto informa igualmente que até ao dia de hoje que não identificou “nenhum processo, projeto ou PIP (Pedido de Informação Prévia), para o local do ex-colégio Almeida Garrett”.
O ex-colégio Almeida Garrett, localizado na Baixa do Porto e património imobiliário da Universidade do Porto, está inserido num terreno com uma área total de 8.520 metros quadrados, espaço equivalente a oito campos de futebol, e foi vendido em hasta pública à sociedade anónima Real Douro – Promoção e Gestão Imobiliária, com sede na zona industrial do Porto, por 6,1 milhões de euros, embora a escritura só vá ser realizada em janeiro do próximo ano.
A Universidade do Porto garantiu, em comunicado enviado na quarta-feira à Lusa, que a venda do antigo Colégio Almeida Garrett por 6,1 milhões de euros será integralmente reinvestida na reabilitação de faculdades, residências estudantis, cantinas escolares e estruturas desportivas.
Até 2015, o antigo Colégio de Almeida Garrett encontrava-se cedido pela Universidade do Porto à Academia Contemporânea do Espetáculo (ACE), que manteve ali as suas atividades letivas de forma provisória, até à conclusão da construção da sua sede definitiva no edifício do Palácio do Bolhão.