Nas inúmeras ocasiões em que lhe perguntam sobre quando está a pensar deixar o FC Porto, Pinto da Costa tem sempre engatilhada uma resposta. “O que eu sei é que no dia em que me levantar para vir para o clube e não me sentir entusiasmado, vou-me embora”, deixa apenas como promessa.
Palavras que espelham a permanente insatisfação que fomentou a afirmação do FC Porto no plano interno, com a ousadia de acreditar que também era possível alcançar conquistas internacionais. Mesmo agora, que os títulos escasseiam, é o regresso à glória que norteia os esforços de Pinto da Costa contra barreira e dificuldades sem paralelo durante o seu magistério.
Nascido em Cedofeita, em 1937, foi dirigente do FC Porto durante praticamente duas décadas e meia antes de abraçar o desafio que lhe lançaram de assumir a cadeira da presidência, na sequência das ondas de choque criadas pelo célebre ‘verão quente’ que mudou a face da história azul e branca. O seu nome e o seu percurso interligam-se com o clube do qual se tornou a maior figura e que, proclamou nos últimos Dragões de Ouro, está “numa luta sem fim, numa corrida que não termina nunca porque corre para o infinito”.
Noutro dia, desabafou. “Quando acabar o mandato vejo-me a descansar, escrever e passear.” A ‘reforma’, assim a saúde o permita, ainda não chegará em 2020.