Moradores do prédio onde deflagrou um incêndio no Porto falam em “más condições”

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A viver num quarto desde janeiro, Francisco Silva relatou que foi a Segurança Social que o encaminhou para esta habitação, que “não tem condições nenhumas, com soalhos podres e uma cozinha para as 10 ou 12 pessoas” que lá residem.

No interior do prédio quando deflagrou o incêndio, o morador disse que se apercebeu de um “cheiro a fumo”, que, logo depois, passou a ser intenso, tendo nessa altura saído ainda sem grandes problemas.

Contudo, relatou, um casal ficou lá dentro e a mulher, em aflição, saltou da janela e bateu no toldo de uma sapataria e, depois, rebolou para o chão.

Já o homem desceu pelo tubo das águas pluviais, acrescentou.

Dizendo que o imóvel está em “muito mau estado” de habitabilidade, Manuel Ferreira, a residir no prédio há um ano e meio, adiantou que as condições são “muito más”, não havendo sequer água quente na cozinha, que é partilhada por todos.

A pagar uma renda de 200 euros, o morador realçou que, além da cozinha, também a casa de banho é comum.

A viver no primeiro piso, Manuel Ferreira salientou ter sentido um cheiro a “plástico queimado” e viu muito fumo, altura em que saiu da habitação.

Apesar de não viver no prédio, Francisco Silva, que estava no local do incidente e que assistiu a tudo, descreveu que as pessoas foram saindo à medida que o fogo era mais intenso, tendo um casal lá ficado e a mulher acabado por saltar da janela.

O incêndio que ocorreu hoje num prédio habitacional na Rotunda da Boavista, no Porto, deflagrou num quarto do primeiro andar e ficou circunscrito aí, disse o comandante dos Bombeiros Sapadores do Porto, Manuel Rebelo de Carvalho.

 

“Deparámo-nos com um incêndio que deflagrou num quarto do primeiro andar e ficou circunscrito apenas a esse quarto, sendo que os danos causados na restante habitação se devem ao intenso fumo e calor”, explicou aos jornalistas, no local do incidente.

Neste momento, o prédio não reúne condições, revelou, sublinhando que a Proteção Civil está no local para proceder à sua avaliação e, se necessário, tratar do realojamento dos moradores.

O fogo provocou duas vítimas, um casal, tendo a mulher saltado da janela do segundo piso e sofrido ferimentos graves, já o homem desceu pelo tubo de queda das águas pluviais e, mais perto do solo, magoou-se, tendo ambos sido levados para o Hospital Santo António, adiantou.

De acordo com o Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) do Porto, o alerta para o incêndio na Praça Mouzinho de Albuquerque, conhecida como Rotunda da Boavista, foi dado pelas 18:27 e no local estavam viaturas dos sapadores bombeiros, elementos do INEM e PSP.

O trânsito, que esteve cortado em parte da rotunda enquanto decorriam os trabalhos, regressou à normalidade perto das 20:20, constatou a Lusa.

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