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Câmara do Porto paga mais de 1,9 milhões de euros por reboques

A Câmara do Porto quer abrir um concurso público para contratar uma empresa que reboque as viaturas indevidamente estacionadas na cidade. O contrato, com duração de três anos, pode chegar quase aos dois milhões de euros – cerca do dobro do que custava ao município contratar uma empresa de reboques em 2010.

Em oito anos, o preço aumentou muito, mas o número de viaturas que o município espera ver rebocadas também – de menos de 40.800 veículos retirados das ruas na proposta de 2010, passa-se agora para a expectativa de ver rebocadas 66 mil viaturas indevidamente estacionadas nos limites da cidade nos próximos três anos. A proposta para a abertura do concurso público que irá determinar o vencedor deverá ser aprovada na reunião do executivo da próxima quarta-feira e o único critério que será considerado na escolha do futuro prestador de serviços é o preço mais baixo.

Na reunião da próxima semana – agendada para quarta-feira por ter chegado a ser anunciada, para terça-feira, uma reunião extraordinária para discutir a questão da empresa municipal de Cultura, mas que foi, entretanto, cancelada – deverá também ser aprovada uma proposta para que seja aberto mais um período de candidaturas ao programa Porto Solidário – Fundo Municipal de Emergência Social. A câmara terá 1,1 milhões de euros para apoiar quem necessita de habitação, no âmbito das regras deste programa, estando este apoio “condicionado à aprovação do reforço da dotação orçamental”, lê-se na proposta a que o PÚBLICO teve acesso.

Da agenda da reunião o ponto que poderá, contudo, suscitar mais discussão, é o último da lista e que se refere à designação do representante do município no conselho de administração da Casa da Música. A escolha de Rui Moreira recaiu sobre o deputado municipal social-democrata Luís Osório, o que está a ser entendido nalguns sectores (incluindo dentro do PSD) como uma forma de o autarca independente garantir a maioria que neste momento não tem na Assembleia Municipal do Porto. Os críticos desta solução dizem que não encontram no currículo de Osório qualquer justificação para esta escolha de Moreira.

curriculum vitae do deputado municipal que acompanha a proposta a ser votada na reunião do executivo indica que o social-democrata tem formação em gestão e direcção de empresas e uma pós-graduação em gestão de saúde. A única referência à área da cultura, no CV do antigo aluno do Colégio Alemão do Porto foi ter sido director-geral de uma empresa responsável pela organização de espectáculos de música, a Scoremusic. Segundo o documento, esta actividade terá sido desenvolvida entre Outubro de 2007 e Janeiro de 2012 e entre as funções subjacentes ao cargo estaria a “preparação de propostas em parceria com autarquias e empresas do sector”, a “preparação global de todos os eventos realizados, nomeadamente orçamentação, afectação de recursos físicos e humanos, e gestão integral dos mesmos”, bem como a “negociação internacional de projectos como exemplo ‘Rock in Rio’”.

artigo PUBLICO: https://www.publico.pt/2018/03/29/local/noticia/camara-do-porto-paga-mais-de-19-milhoes-de-euros-por-reboques-1808519

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