Há outra suspeita de agressão sexual contra uma jovem de 18 anos no mesmo bar de Gaia onde uma mulher inconsciente foi violada por dois empregados. O porteiro é mencionado em ambos os casos.
Em dezembro de 2016, um mês após a violação, comprovada em tribunal, de uma mulher por dois empregados de um bar discoteca em Vila Nova de Gaia, uma outra jovem alega ter sido abusada por um outro funcionário do mesmo espaço. No primeiro caso, os agressores, o barman e o porteiro, foram condenados a quatro anos e seis meses de pena suspensa. “Castigo” confirmado pelo Tribunal da Relação do Porto, num acórdão polémico que desvalorizou a violação e menorizou a vítima, que levou a protestos nas ruas de Porto, Coimbra e Lisboa.
Os investigadores da PJ souberam deste segundo caso através de escutas feitas ao “barman” da discoteca, que comentou o caso numa conversa telefónica, revela o jornal “Público”, no último Sábado. A vítima terá dito à polícia que “apagou completamente” depois de beber um “shot” servido pelo porteiro/relações públicas do estabelecimento, que é um dos dois homens condenados por violação no primeiro caso, ocorrido um mês antes.
Foi encontrada desmaiada, na casa de banho, tal como a primeira mulher, e terá pedido para chamar o “barman”, que conheceria. Disse-lhe que a tinham tentado forçar a praticar atos de cariz sexual. “Um gajo abusou de mim”, terá confessado depois a jovem a um amigo, polícia municipal, que a acompanhou à discoteca.
A jovem identificou o alegado agressor como alguém ligado à gerência do bar, que é outra, desde o início do ano. Diz que se lembra pouco do que aconteceu naquela noite de 28 de dezembro de 2016 e acredita que o “shot” que lhe foi oferecido teria sido adulterado. Recorda-se que acordou com um olho negro e o interior das coxas avermelhadas.
O relatório da PJ, escreve o “Público”, ressalva as semelhanças entre os dois casos. Os investigadores relatam que as vítimas tinham pouca ou nenhuma memória do que aconteceu e que ambas foram contactadas depois por alguém ligado à gerência do bar, eventualmente numa tentativa de perceber o que se recordariam.
Apesar das suspeitas, a polícia não conseguiu recolher elementos de prova suficientes para confirmar este segundo caso de agressão sexual. A jovem nunca apresentou queixa e o alegado agressor não chegou sequer a ser ouvido.