Obras inacabadas geram revolta nos moradores da Pasteleira
Os moradores do Bairro Social da Pasteleira manifestaram, esta quarta-feira, “revolta” devido às “obras de requalificação inacabadas” pela Câmara do Porto no espaço público em torno da área residencial, mas a autarquia diz ter uma “estratégia global” para o local.
“Após ter sido dada como concluída uma primeira intervenção, foi-nos comunicado que, a curto e médio prazo, não haveria mais”, pelo que “os residentes se sentem ultrajados e desrespeitados”, pretendendo “mostrar o seu descontentamento e revolta” num protesto agendado para sábado, explica em comunicado a comissão organizadora.
Questionado pela Lusa, o gabinete de comunicação da Câmara do Porto revelou estarem para breve intervenções em zonas pedonais e de poda, ao mesmo tempo que está a ser equacionada uma “intervenção mais profunda”, com “revisão do plano de circulação e estacionamento local”.
“A abordagem da câmara quanto à zona das Torres Vermelhas da Pasteleira é, pois, de uma intervenção global, sem prejuízo das intervenções atrás mencionadas e que visaram garantir a circulação em segurança”, esclareceu a autarquia.
De acordo com a câmara, “serão feitas brevemente várias pontuais intervenções em zonas pedonais, pelas próprias brigadas municipais, também no sentido de garantir a segurança da circulação”.
“Quanto ao arvoredo, está calendarizado para o final deste mês uma intervenção sistemática de poda”, acrescenta.
A autarquia refere ainda uma “intervenção mais profunda naquela zona” dizendo que está “a estudá-la” com a perspetiva de a enquadrar “no âmbito da abertura do Museu de História da Cidade.
Este museu será “instalado no edifício que resultou da recuperação do antigo reservatório do Parque da Pasteleira” e “obrigará à revisão do plano de circulação e estacionamento local”, esclarece o município.
Quanto aos moradores, dizem que estão em causa obras reclamadas desde 2015, nomeadamente para “abate e substituição de algumas espécies de árvores e poda de outras, requalificação dos passeios pedonais (alguns ainda em terra batida), com introdução rampas de acessos para deficientes e ou pessoas com problemas de mobilidade”.
A isto, somava-se, segundo o pedido para “repavimentação das ruas interiores, a colocação de passadeiras para peões e sinalização mais adaptada sobre circuito automóvel”.
Segundo os residentes, a câmara, “sem qualquer explicação”, entendeu “mandar repavimentar as ruas Fernão Lopes, André de Resende e Rui de Pina (esta ficou a meio)” e “rejeitou simplesmente as outras preocupações” que eram motivo de “maior cuidado e preocupação”.
“A razão deste descontentamento, prende-se ao facto de, nos sucessivos contactos e reuniões efetuadas, cujo teor já se arrasta desde executivos anteriores, a obra ter sido anunciada para o ano 2016 por acordo unânime entre todas as forças políticas representadas e posteriormente adiada para julho de 2018”, observam.
De acordo com a Câmara do Porto, “alguns dos pedidos feitos pelos moradores dessa zona não são tecnicamente exequíveis, como a colocação de passeios em vias internas”.
A autarquia assinala que “o bairro, que não é municipal, foi construído num tempo em que a filosofia de circulação no espaço público era diferente”.
Assim, “o espaço existente não comporta uma requalificação com todas as valências”.
“A câmara fez, contudo, recentemente, uma importante intervenção de repavimentação de algumas vias naquela zona, como nas ruas André de Rezende, Rui de Pina e Fernão Lopes, no sentido de garantir boas condições de circulação automóvel e em segurança”, destaca.