Um homem acusado de matar a mulher a quem alugara um dos seus quarto e de enterrar o corpo numa mata, remeteu-se esta quarta-feira ao silêncio após se multiplicar em explicações que o Tribunal de São João Novo, no Porto, considerou inconsistentes.
Renato Farias, que está acusado pelos crimes de homicídio qualificado e de ocultação de cadáver, recusou a intenção de matar a brasileira Rayane Fernandes. Na audiência desta quarta-feira e em pelo menos uma outra, alegou sempre que a mulher morreu acidentalmente ao bater com a cabeça no chão, depois de uma discussão, mas divergiu nos detalhes.
Desta vez, após visionar um vídeo de reconstituição da morte da mulher, deu como adquirido que as imagens confirmavam a morte acidental e escusou-se a mais esclarecimentos, pedidos pelo coletivo de juízes. Também na sessão desta quarta-feira, o tribunal pediu novamente ao Instituto de Medicina Legal uma perícia de personalidade do arguido.
Segundo o Ministério Público, no dia 01 de outubro de 2015 o arguido, de 42 anos, matou a mulher de 30, a quem arrendara um quarto, e enterrou o corpo numa mata de Vila Nova de Gaia.
Fugiu, entretanto, para França, onde foi detido dois anos depois e indicou então o local exato onde estava o corpo. Um perito do Instituto de Medicina Legal concluiu, nessa altura, que “os restos cadavéricos analisados estavam já esqueletizados” e “nenhuma das estruturas ósseas apresentava lesões traumáticas”.