O presidente da Câmara do Porto afirmou segunda-feira que vai comprar uma ambulância, caso o Ministério não o faça, para transportar as crianças internadas nos contentores do São João até que a nova ala seja construída.
“Tenho fortíssimas suspeitas quanto à boa vontade do Ministério da Saúde nesta matéria. Porque tinha sido prometido, e está previsto desde junho, a reabilitação dos contentores onde as crianças ainda vão estar durante muito tempo. São 300 mil euros, sabe o que foi feito? Não foi feito nada. E isso ajudava, como ajudava colocar lá uma ambulância”, afirmou Rui Moreira na Assembleia Municipal desta segunda-feira.
O independente respondia à questão levantada pela deputada do Bloco de Esquerda Susana Constante Pereira sobre se “esta parceria público-privada é a resposta desejada”.
Rui Moreira garantiu que, se o ministério não o fizer, a Câmara vai mesmo comprar uma ambulância para levar as crianças do corpo do Hospital de São João àqueles pavilhões. “Ai vai comprar, vai, porque é uma situação de emergência”, defendeu, sublinhando que é uma situação de emergência como a de Pedrógão Grande e, assim sendo, “não é verdade que a União Europeia não permita ajustes diretos”.
Segundo o independente, o que se tem assistido “é a um conjunto de declarações contraditórias. Diz-se que os 20 milhões estão lá, os 30 milhões do euromilhões também lá estão, e depois”, pergunta.
“Se é verdade que há dinheiro e que está cativado, então deixem de armar confusões e façam favor de deixar fazer aquilo não usando pretextos burocráticos para aquilo que é uma cativação”, sustentou.
Para Rui Moreira “é absolutamente indiferente” se a construção da nova ala pediátrica se faz através de uma associação, do Estado ou do Hospital de São João, o que interessa, sublinhou, é que a “situação não pode continuar e tem continuado de uma maneira indecente”.
Assim, reiterou, se a autarquia puder ajudar a resolver o problema, ajudará.
Já o deputado do PS Gustavo Pimenta disse estar confiante nas medidas que o partido tem vindo a tomar para agilizar todo este processo, enquanto que o deputado da CDU Artur Ribeiro lembrou que “não há almoços grátis” e que uma solução sem concurso público corre o risco de ser chumbada.