O Centro Hospitalar Universitário do Porto, os hospitais de Braga, Cascais e Figueira da Foz e a Unidade Local de Saúde de Alto Minho receberam hoje os prémios de hospitais com melhor desempenho em 2017.
A avaliação e atribuição dos prémios de desempenho é feita pela consultora multinacional IASIST, que atribui cinco prémios a hospitais gerais, um prémio para cada tipologia de hospital, segundo os critérios de classificação das unidades de saúde definidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Este é o quinto ano em que são atribuídos os prémios “Top 5” em Portugal, mas pela primeira vez, além dos cinco prémios gerais, foram atribuídos mais cinco prémios a duas áreas clínicas específicas: a área respiratória e a área do coração.
Segundo explicou à agência Lusa Manuel Delgado, director da IASIST, a avaliação só incide sobre hospitais gerais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não sendo por isso avaliados os hospitais privados nem os institutos de oncologia ou os centros de reabilitação, porque não há “métricas comparativas suficientemente robustas para fazer uma comparação válida”.
Os hospitais são avaliados por grupos, que vão do B ao E, crescendo em dimensão e complexidade das unidades. São ainda avaliadas, num grupo específico, as unidades locais de saúde (ULS).
Assim, no grupo E, dos maiores e mais complexos, o prémio foi atribuído ao Centro Hospitalar Universitário do Porto, que integra o hospital de Santo António e que pelo quinto ano consecutivo vence nesta categoria.
No grupo D venceu o Hospital de Braga, gerido em parceria público-privada, e no grupo C o Hospital de Cascais, que é também uma parceria público-privada. No grupo B, o prémio foi para o Hospital Distrital da Figueira da Foz e nas ULS o prémio foi hoje atribuído à Unidade do Alto Minho.
A cerimónia de atribuição dos prémios “Top 5 — 2018: A Excelência dos Hospitais” decorreu hoje em Lisboa.
De acordo com Manuel Delgado, director da IASIST em Portugal e que foi secretário de Estado da Saúde, a avaliação da excelência dos hospitais é feita através de três indicadores de qualidade, de indicadores de utilização de recursos e ainda de uma avaliação sobre a produtividade dos profissionais de saúde e de custo por doente.
Na componente da qualidade é avaliada a mortalidade dos doentes internados em função da probabilidade de um óbito; são avaliadas também as complicações durante o internamento, componente onde entram, por exemplo, as infecções hospitalares. É ainda tida em conta a taxa de reinternamentos a 30 dias após a alta.
Na componente da eficiência da utilização, a avaliação tem em conta a duração média de internamento dos doentes e a capacidade de substituir a cirurgia convencional por ambulatória.
A tudo isto se junta ainda a avaliação sobre a produtividade médica e de enfermagem.
Manuel Delgado explica que a IASIST criou uma métrica que permite tornar homogéneos todos os dias, tendo em conta a sua complexidade, sendo depois divididos pelo número de médicos de cada hospital. O que é mais produtivo será aquele que trata mais doentes com um número inferior de médicos.
Na avaliação da IASIST é ainda tido em conta o indicador de custos por doente padrão, dividindo os custos de exploração do hospital pelo seu número de doentes.
Os prémios IASIST contam com o apoio da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, que considera a iniciativa como um processo de “valoração objetiva” do trabalho dos hospitais.