Milhares de pessoas ficaram esta segunda-feira sem transporte devido à greve da Metro do Porto. Em 16 anos, esta foi a primeira vez que as composições ficaram paradas mais de um dia, devido à paralisação, que começou às 00h00, de segunda-feira, e se prolongou até esta terça-feira, às 06h00.
A greve dos condutores afetos à ViaPorto, empresa que tem a concessão da operação da Metro do Porto, surgiu depois de as negociações com a empresa terem falhado.
“Pretendemos que haja uma negociação do acordo da empresa que está em cima da mesa há bastante tempo, nomeadamente relativa ao recrutamento de trabalhadores, sobrecarga horária e ao horário de trabalho”, disse ao CM, Paulo Milheiro, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário. O sindicalista apelou ao bom senso.
“Esta é uma situação limite. Queríamos que a empresa resolvesse o mais depressa possível porque sabemos que isto provoca muitos constrangimentos às pessoas”, explicou, lembrando que há já mais duas datas de greve agendadas até ao final do ano.
A ViaPorto acusou, esta segunda-feira, o sindicato de “intransigência” nas negociações para cancelar a greve, porque “não quis chegar a acordo” e “exigiu sempre mais”.
A situação afetou milhares de utilizadores do Metro – que tem seis linhas e serve sete concelhos da Área Metropolitana do Porto. “Todos temos o direito à greve, mas é complicado ficarmos sem transporte”, disse Marlene Ferreira, que utiliza diariamente aquele transporte.
A Área Metropolitana do Porto apelou “ao diálogo e bom senso” e lamentou uma greve que bloqueou a região.
Segundo os dados da Metro do Porto, em 2017, foram registadas cerca de 60,6 milhões de validações nas várias paragens do metro.