Há uma capela nos jardins do antigo Palácio de Cristal que homenageia Carlos Alberto, o Rei do Piemonte-Sardenha, e foi construída no final do século XIX, por iniciativa da princesa Augusta de Montlear, em memória do seu irmão que tanta presença preserva na toponímia da cidade do Porto.
Subscreve o nosso canal youtube
A capela acabou de ser construída no ano de 1861, no mesmo ano da inauguração do Palácio de Cristal (que ocorreu a 3 de Setembro), e desde essa altura pertenceu à Casa de Bragança. A partir de 1934 passa a pertencer à Santa Casa da Misericórdia, sendo que em 1951, também no mesmo ano em que desaparecia o Palácio de Cristal, foi doada à Câmara Municipal do Porto.
Em 1907 os delegados da Exposição Internacional de Milão, vieram expressamente ao Porto para deporem, na capela Carlos Alberto uma coroa de bronze, e em 1934, por doação das rainhas D. Amélia e D. Augusta Vitória, mãe e esposa de D. Manuel II, ficou a Santa Casa com a propriedade da capela, sob condição de lá promover sufrágios nos aniversários da morte do último rei português.
Hoje celebra-se, na capela, o culto da Igreja Luterana de Portugal.
Carlos Alberto quis unificar sob o seu ceptro toda a Itália, mas teve que se exilar no Porto, em 1849, depois de ter sido derrotado pelos austríacos.
Ao chegar ao Porto o monarca destronado hospedou-se na Hospedaria do Peixe, a funcionar no majestoso Palácio dos Viscondes de Balsemão, na então Praça dos Ferradores, hoje na referida Praça Carlos Alberto. Acabou mais tarde por se mudar para a Quinta da Macieirinha, onde hoje funciona o Solar do Vinho do Porto e o Museu Romântico.
Ali morreu a 28 de julho de 1849.
O seu corpo foi transladado para o Panteão dos Saboia, em Itália. mas a sua meia irmã – filha de sua mãe com o príncipe de Montléart, Frederica Augusta de Montléart – após uma visita à cidade do Porto, local onde Carlos Alberto passara os seus últimos meses de vida, comovida, mandou construir a referida capela nos terrenos da quinta actualmente incorporados nos jardins do Palácio de Cristal.
Artigo de elaborado segundo as seguintes fontes:
Porto Ponto
UMA CARTA DO PORTO – Por José Magalhães (86)