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Tudo o que precisas de saber sobre novo Passe Único no Porto

O que é o Passe Único da Área Metropolitana do Porto?

O Passe Único da Área Metropolitana do Porto é um título mensal que vai substituir os passes atuais para os transportes públicos da rede Andante. Entra em vigor a 1 de abril, mas pode começar a ser comprado já a partir desta quinta-feira, 21 de março. Para evitar perturbações nas lojas Andante, os agentes de vendas terão recebido formação adequada para responder aos novos clientes ou às dúvidas dos atuais.

A substituição não implicará grandes mudanças para os utentes que já os têm. Segundo a Área Metropolitana do Porto (AMP), na prática, o suporte físico mantém-se. Ou seja, os utentes podem continuar a usar o mesmo cartão Andante que utilizavam até aqui.

Quem poderá beneficiar do Passe Único?

Todos os utilizadores dos transportes públicos atualmente integrados na rede Andante — os utentes atuais e os que comecem a fazê-lo no futuro.

E em que modalidades estará disponível?

Numa primeira fase, apenas serão implementadas duas modalidades: o Passe Único Municipal, para até 3 zonas contíguas, com o preço de 30 euros por mês; e o Passe Único Geral, um modelo intermunicipal, ao preço de 40 euros por mês.

Quem tem passes Z4 ou superiores (mais do que quatro zonas de transportes) migra automaticamente para o passe geral de 40 euros. Quem tem passes Z2 ou Z3, correspondentes ao tarifário municipal, muda de forma automática para o passe de 30 euros.

É necessário fazer alguma alteração?

Só num caso é necessária a deslocação a uma das lojas Andante para mudar o título mensal de transporte. As pessoas que apenas tenham selecionadas duas zonas, o equivalente a Z2, podem, se pretenderem usufruir em pleno da nova medida, acrescentar uma terceira zona ao passe.


Cada uma das cores do mapa representa uma zona. A contagem das zonas necessárias para completar a viagem deve ser feita desde a estação de partida até ao destino (Imagem: Andante)

Que poupança representa o Passe Único?

Quanto mais zonas estiverem associadas ao passe, maior será o benefício.

Para quem tenha, agora, um passe Z3, que passará a custar 30 euros por mês, a poupança será de 8,40 euros. Quem optar por manter apenas duas zonas no título mensal, poupará apenas 1,15 euros. Os utentes que utilizam um passe Z4 verão a fatura mensal de transporte descer 8,65 euros, para os 40 euros.

No caso de um passe que permita viajar em 12 zonas da Área Metropolitana do Porto, o máximo de zonas comportadas pelo sistema, um título mensal que agora custa 127,10 euros passará a custar os 40 euros do chamado Passe Único Geral. A poupança mensal é de 87,10 euros.

Em que concelhos estará disponível?

Estão abrangidos pelo Passe Único todos os municípios que compõem a Área Metropolitana do Porto: Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. Contudo, nem todos os concelhos irão beneficiar da medida no imediato, já que há operadores que ainda não estão aptos a validar o passe.

Quais os operadores ou as empresas de transportes abrangidos pelo Passe Único?

Neste momento, apenas os operadores do Sistema Intermodal do Andante serão abrangidos. A Área Metropolitana do Porto pretende alargar o Passe Único a todos as empresas de transporte e a todos os concelhos, mas isso ainda não acontecerá nesta primeira fase. Para já, tem direito ao Passe Único quem viaja no Metro do Porto, nos autocarros da STCP – Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, Maré, Espírito Santo, Maia Transporte, Valpibus, ETG (Gondomarense), MGC Transportes, A. Nogueira da Costa, Lda., Auto-Viação Pacense e Auto-Viação Landim.

No que diz respeito às deslocações de comboio, já poderão ser feitas com o Passe Único a partir de 1 de abril nas linhas dos Comboios Urbanos do Porto da CP, uma vez que estes percursos estão integrados no sistema intermodal do Andante.

O que acontecerá às linhas de outras operadoras que, para já, ficam de fora do novo modelo?

O objetivo da Área Metropolitana do Porto é que todos os operadores, públicos e privados, adiram ao Passe Único, mas isso poderá acontecer apenas mais tarde.

“A implementação da assinatura municipal e o alargamento aos restantes operadores que sejam compatíveis com a bilhética Andante deverá ser possível dois meses após a aprovação do alargamento do zonamento Andante”, explica fonte da AMP ao Observador. Prevê-se, assim, que em maio, se conclua o alargamento deste Programa de Apoio à Redução Tarifária, denominado de PART.

Na AMP, há dois operadores de autocarros que, de momento, não estão incluídos na oferta do Passe Único. São os casos da Auto Viação Feirense, que serve nove concelhos — Santa Maria da Feira, Arouca, Castelo de Paiva, Ovar, S. João da Madeira, Porto, Gaia, Espinho e Gondomar —, e do Grupo Transdev (norte), que serve o município de Santo Tirso. Sem informações mais concretas para dar, a AMP indica apenas que está “a estudar uma forma alternativa que minore este desfasamento, no sentido de não prejudicar os utilizadores daquelas empresas”. Um dos problemas está relacionado com o facto de os autocarros não estarem equipados com os aparelhos que permitem a validação dos cartões Andante.

No que toca à oferta relativa aos comboios da CP, a AMP prevê que, durante o mês de maio, possa incluir no Andante as estações da linha do Douro até Paredes, bem como as estações da linha de Guimarães até Vila das Aves. Na linha do Norte, prevê-se a inclusão dos apeadeiros de Silvalde e Paramos, até finais de maio. A linha do Vouga, entre Espinho e Oliveira de Azeméis, ficará para uma fase posterior. As negociações entre o Conselho Metropolitano do Porto e a CP prosseguem.

Há outras propostas para reduzir a fatura dos transportes no Porto?

Depois do Passe Único, espera-se para setembro o lançamento do passe gratuito para crianças até aos 12 anos, aquando do início do próximo ano letivo. No Grande Porto, está ainda em cima da mesa o chamado Passe Família pelo preço de 80 euros fixos para todos os elementos do agregado familiar que vivam na mesma casa. O valor em causa corresponde a dois passes gerais. A 15 de março, aquando da apresentação do Passe Único, o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, tinha afirmado, em declarações citadas pela Lusa, que o assunto está a ser estudado e que ainda não avançou devido a questões técnicas na aferição dos dados dos agregados familiares.

Fonte: OBSERVADOR


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