O documentário “Portugal — Der Wanderfilm” (Portugal — o filme da caminhada), levado a cabo por um casal alemão, que se estreou em março nos cinemas da Alemanha, mostra o percurso, a pé, entre Sagres e o Porto.
O filme, que surgiu da paixão dos realizadores Silke Schranz e Christian Wüstenberg por Portugal e pela caminhada, é o segundo a ser rodado no país, depois de um documentário, em 2010, sobre o Algarve.
“Quando fomos a primeira vez a Portugal, apaixonámo-nos pelo país, pela simpatia das pessoas, pela comida deliciosa, pelo vinho português, pela cultura, a costa, as ondas e as praias. Mas costumávamos explorar Portugal com um carro alugado. Dessa forma não nos era possível alcançar as praias remotas e o litoral rochoso”, explica Silke Schranz, em declarações à agência Lusa.
Ouviram falar da “Rota Vicentina” e de um trilho de caminhada entre Sagres e Porto Covo, e decidiram experimentar, abdicando do carro.
“Como somos cineastas, levámos as nossas câmaras connosco. Depois de 100 quilómetros, gostámos tanto da paisagem que decidimos continuar até ao Porto”, conta Christian Wüstenberg.
“Portugal — Der Wanderfilm” é o sétimo filme dos dois realizadores que é exibido nos cinemas alemães. Os dois já produziram documentários em países como África do Sul, Austrália ou Nova Zelândia, mas confessam que Portugal “é o preferido”.
A viver em Frankfurt, na Alemanha, Silke Schranz e Christian Wüstenberg já contam 25 visitas a Portugal. Este documentário é uma forma de mostrar os benefícios da caminhada quando se pretende conhecer melhor um país.
“Os alemães gostam de viajar, mas tendem a reservar hotéis em regiões turísticas. O nosso novo filme mostra o Portugal não turístico. Vilas remotas, praias e as melhores dicas fora dos trilhos mais conhecidas. Nos cinemas alemães, temos muitos portugueses na plateia. Até eles nos disseram que, com o filme, redescobriram o país de origem”, descrevem.
O documentário vai passar por cerca de 40 salas de cinemas espalhadas pela Alemanha e, para já, os realizadores não têm pensadas exibições além-fronteiras.
“Mas, quem sabe? Se alguém em Portugal tiver interesse em mostrar o nosso filme, teríamos todo o gosto em traduzi-lo e leva-lo às salas de cinema portuguesas”, sublinham os dois realizadores alemães.