A Câmara do Porto disse, na quinta-feira, estar a “estudar um modelo de compensação” para os comerciantes de rua junto ao Bolhão, que temem ter de encerrar portas devido aos prejuízos causados pelas obras de requalificação do mercado.
“Consciente do impacto financeiro destas obras, a Câmara do Porto está atualmente a estudar um modelo de compensação que será oportunamente apresentado aos comerciantes”, salienta a autarquia, em resposta à Lusa.
A Lusa noticiou hoje que as obras no quarteirão do Mercado do Bolhão, que compreende a requalificação daquela estrutura e a construção de um túnel de apoio, estão a causar prejuízos de milhares de euros aos comerciantes de rua, para quem a situação é insustentável.
Os comerciantes ouvidos pela Lusa criticam a ausência de um fundo de apoio e temem ter de encerrar portas se a Câmara do Porto não os indemnizar em tempo útil.
Garantem ainda que foram informados do início das obras dias antes de as mesmas arrancarem e sem que tenham sido acautelados dos interesses dos lojistas.
Em resposta a estas críticas, o município salienta ter, “desde a primeira hora, mantido um contacto permanente com os comerciantes”, manifestando “a sua total disponibilidade para responder às suas questões e preocupações sobre estas matérias”.
Acrescenta que “todos os comerciantes foram individualmente informados relativamente às empreitadas previstas, nomeadamente o seu impacto, a sua duração e alterações previstas em termos de mobilidade nessas artérias”.
Este trabalho, refere a autarquia, foi desenvolvido, em antecipação, por equipas dedicadas do Pelouro Economia, Turismo e Comércio e, aquando do início dos trabalhos, por elementos da empresa municipal de gestão de obras (GO Porto).
O município esclareceu ainda que está prevista a reposição do trânsito pedonal no prazo de 150 dias, ou seja, cinco meses.
A construção no chamado Túnel do Bolhão, no centro do Porto, começou no dia 20 e vai permitir fazer a ligação entre as ruas do Ateneu Comercial do Porto e Alexandre Braga, passando sob a Rua Formosa.
Numa nota divulgada à data, a autarquia sublinhava que esta infraestrutura é “essencial para o funcionamento do mercado e também para a proteção da mobilidade na sua envolvente, já que absorverá o trânsito de veículos para abastecimento dos comerciantes”.
A obra decorre em paralelo com empreitada de requalificação do mercado, que está em curso desde maio.
A empreitada foi consignada no dia 15 de maio deste ano tinha um prazo previsto de conclusão de dois anos.