A Metro do Porto revelou, esta quinta-feira, estar “particularmente atenta a eventuais fenómenos de incivilidade”, determinando um “reforço de fiscalização e segurança”, após receber “algumas queixas” de utentes, quando se verifica a redução de utilizadores devido à Covid-19.
“Mais ainda do que em circunstâncias normais, a Metro do Porto está particularmente atenta a eventuais fenómenos de incivilidade na sua rede, tendo determinado o reforço das equipas de fiscalização e de segurança”, disse fonte oficial da empresa, numa resposta escrita enviada à Lusa a propósito de algumas denúncias sobre sentimentos de insegurança face ao uso do metro para realização de atividades alegadamente ilícitas, como o eventual tráfico de droga.
A empresa recusa falar em atividades marginais, referindo apenas ter recebido “algumas queixas” e “relatos” de “alguma incivilidade” na rede, num contexto em que verifica “uma quebra de cerca de 90% na procura”, explicou à Lusa fonte oficial.
“Atendendo à quebra na procura dos transportes públicos que decorrem da situação de pandemia, e da consequente vigência do Estado de Emergência, verifica-se também uma diminuição nos níveis de utilização e ocupação do Metro do Porto”, refere a Metro do Porto na resposta escrita.
Sem especificar números, fonte da empresa esclarece que, tendo em conta a redução de passageiros, o rácio de seguranças por cliente é, atualmente, mais elevado do que era antes da pandemia causada pelo novo coronavírus.
A Metro do Porto apelou na quarta-feira ao carregamento da assinatura mensal de abril dos clientes para ajudar a manter o serviço “operacional”, apesar de os validadores da rede estarem desligados devido à Covid-19.
Numa nota informativa que tem sido divulgada aos utentes que questionam como proceder devido à suspensão das validações, a empresa pede responsabilidade: “Ajude-nos a manter o Metro operacional e a corresponder ao trabalho de quem, todos os dias, o põe a funcionar para si”, refere-se na comunicação.
“Sabemos que podemos contar com a sua responsabilidade, com a sua atitude cívica e com o seu apoio. Temos que manter as distâncias, mas estamos juntos na mobilidade diária de todos os que precisam de continuar a deslocar-se. Carregue a sua assinatura mensal na rede multibanco ou na Loja Andante de Campanhã”, acrescenta a empresa.
A empresa destaca que “a validação dos títulos de assinatura mensal continua a não ser possível nem obrigatória”, mas “o metro permanece aberto e em funcionamento”.
Isto, “todos os dias, 19 horas por dia, em todas as suas seis linhas e nos sete municípios em que opera”.
“Com mais de três centenas de pessoas no terreno, a conduzir o Metro, a cuidar da manutenção, da limpeza, da desinfeção e da segurança”, acrescenta.
O Metro do Porto começou a 23 de março a circular com veículos duplos em todas as linhas entre as 06:00 e as 20:00, reduzindo a frequência de passagem nas estações devido à pandemia de covid-19.
As frequências passaram a ser de “30 minutos em todas as linhas, exceto na Linha Amarela (D)”, que tem uma frequência de “cerca de 15 minutos”.
Na semana de 16 de março, altura em que o Governo decretou o encerramento das escolas, a empresa registou uma quebra de 80% na procura do transporte, passando de uma média de 270 mil clientes diários em janeiro e fevereiro para pouco mais de 50 mil.
Os validadores da empresa foram, entretanto, desligados a 18 de março.
No último dia em que os validadores estiveram ligados, a empresa registou “pouco mais de 50 mil” clientes.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até ao final do dia 17 de abril.