O Hospital de Campanha Porto. já tratou 27 doentes com COVID-19 e, desses, 9 já tiveram alta médica. Ao fim de 25 dias, saiu ontem do hospital, curada, a primeira doente a dar entrada no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota para tratamento, uma refugiada iraniana, residente no Porto, que tinha sido mãe há pouco tempo e se encontrava infetada. Saiu curada, depois de dois testes negativos.
Pelo hospital já passaram doentes com idade entre os 36 e 92 anos, de ambos os sexos, sendo a média de 68 anos. A maior parte dos doentes que tiveram alta foi para casa e um foi para a Pousada da Juventude, onde a Câmara do Porto montou um centro de acolhimento para quem estiver com teste negativo mas não tiver retaguarda pelo seu lar ter sido atingido pela doença. A média de internamento é de 14 dias, mas as doentes que mais tempo passaram no hospital de campanha estiveram lá 25 dias, tendo ambas recebido alta ontem.
O espaço foi cedido pelo concessionário do pavilhão e a montagem e logística ficou a cargo da Câmara do Porto, que suporta a maior parte dos custos e contou com a solidariedade de particulares e empresas e com uma campanha solidária lançada pela RTP. Os dois centros hospitalares do Porto trataram do material médico e a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos faz a gestão hospitalar. Todos os profissionais, desde médicos a enfermeiros e auxiliares são voluntários.
Este hospital de retaguarda permitiu aliviar os hospitais de São João e Santo António de uma forte pressão de internamento criada pela pandemia COVID-19, estando a receber doentes desde 14 de abril.
Para o seu funcionamento já foram consumidas 5 mil refeições e 22 mil garrafas de água. Foram tratados 1050 contentores de resíduos, sendo 8 toneladas de resíduos gerais e 2,4 toneladas de resíduos hospitalares enviados para tratamento. Foram enviadas para lavagem quase quatro mil fardas e mais de 3,8 toneladas de roupa hospitalar.
A estes números juntam-se outros produzidos na Pousada da Juventude que a Câmara do Porto tem preparada para receber idosos sem retaguarda familiar ou cujo lar deixe de funcionar por causa da COVID-19 e estejam com teste negativo. Até agora, 28 pessoas foram para lá encaminhadas na sequência do programa de rastreio aos lares promovido pela Câmara e 5 mil refeições já foram consumidas.
O primeiro programa sistemático de rastreio aos lares foi lançado pela Câmara do Porto, começou ainda em março e testou mais de 5 mil pessoas. Apenas 1,4% dos idosos estavam infetados e 28, com teste negativo, foram transferidos para a Pousada da Juventude onde estão agora a cargo da Câmara. O Hospital de Campanha foi fundamental para permitir a separação de positivos e negativos que pode ter evitado uma catástrofe.