O condutor sem carta que em abril protagonizou uma fuga à PSP em ruas do Porto, acabando detido após embater num carro da Polícia Municipal, confessou os crimes ao tribunal que o começou a julgar, associando-os à toxicodependência.
“Tudo isso é verdade”, disse o arguido esta quarta-feira, perante um coletivo do Juízo Central Criminal de São João Novo, no Porto, referindo-se ao teor da acusação do processo.
O homem, de 35 anos de idade, operário da construção civil de Paredes, distrito do Porto, que se encontra em prisão domiciliária, sob vigilância eletrónica, prolongou a fuga por cerca de sete quilómetros, dois dos quais em contramão, segundo as autoridades.
A falta de carta de condução, por um lado, e a recaída no consumo de heroína, ocorrida três meses antes, foram as explicações dadas pelo arguido para o seu comportamento que configura, segundo o Ministério Público (MP), a prática dos crimes de condução perigosa, dano qualificado e condução sem habilitação legal.
Perante os juízes, o arguido disse ainda que está a tratar a toxicodependência num estabelecimento especializado, assegurando que está a obter progressos.
Nas alegações finais, o MP e a defesa pediram apenas que se faça justiça.
A leitura do acórdão foi marcada para o dia 16 de dezembro, às 14 horas.
Os factos ocorreram na noite de 28 de abril de 2020 e tudo começou pouco depois das 23 horas quando, segundo a versão policial, o condutor desobedeceu a uma ordem de paragem na Avenida AEP, durante uma operação desenvolvida por efetivos da Divisão de Investigação Criminal da PSP.
“Ignorou as indicações policiais para imobilização do veículo e colocou-se em fuga a grande velocidade, percorrendo diversas artérias, desobedecendo a regras e sinais de trânsito e não tomando as devidas precauções de segurança rodoviária”, relatou a PSP.
Na sequência de um embate contra um veículo da Polícia Municipal do Porto, cerca das 23.30 horas, na Rua de Faria Guimarães, o arguido ainda tentou prosseguir a fuga a pé, mas foi detido 50 metros adiante.
Na viatura usada para a fuga foram encontradas diversas ferramentas, bem como três gazuas, “objetos que foram apreendidos por suspeita de serem utilizados na prática de ilícitos criminais”.
A Câmara do Porto requereu a intervenção do Fundo de Garantia Automóvel porque o carro usado na fuga não tinha seguro para pagar os prejuízos provocados na viatura da Polícia Municipal, avaliados em perto de 12 mil euros.
Fonte: LUSA