Há crianças e jovens que não vão à escola e assistem às aulas apenas de forma online há um ano. E, neste contexto, as dificuldades em acompanhar a matéria são grandes, bem como, as saudades do convívio e das brincadeiras.
Carlos, um aluno, mas que preferiu manter-se no anonimato e, assim sendo, foi-lhe atribuído um nome fictício. Nasceu com quatro malformações no coração, a tetralogia de Fallot, que lhe foram diagnosticadas à nascença e que obrigaram a que tivesse de ser submetido a um bypass aos seis dias e, depois, a uma primeira cirurgia corretiva aos seis meses. Quando, em março do ano passado, a pandemia obrigou os alunos a irem para casa, Carlos estava já há uns dias em casa para se proteger, precisamente, da Covid-19.
Atualmente, tem 17 anos e, aquilo que mais lhe complica a vida, é a consequência que adveio da cirurgia e que o obriga a ser portador de pacemaker. Sem isso, os seus batimentos cardíacos rondariam os 17, 20 por minuto, número insuficiente para viver normalmente. Mas o que o mantém vivo traz também alguns riscos na contração de vírus e bactérias. Deste modo, há um ano que todo o seu mundo acontece em casa. Sem aulas presenciais, sem encontros com amigos, sem jogos de ténis.
Como Carlos, há cerca de 1500 alunos que continuam, em contexto de pandemia, com ensino à distância por motivos de saúde. O Ministério da Educação confirma que este é o número de crianças e jovens “atualmente” registado pelas escolas, ao abrigo do despacho que “prevê a possibilidade de aplicação de medidas de apoio educativo aos alunos que, de acordo com as orientações da autoridade de saúde, devam ser considerados doentes de risco e que se encontrem impossibilitados de assistir às atividades letivas e formativas presenciais em contexto de grupo ou turma”.
FONTE: Público