Os ministros da Defesa português, João Gomes Cravinho, e o seu homólogo de Moçambique, Jaime Bessa Neto, assinam esta segunda-feira, em Lisboa, um acordo-quadro de cooperação até 2026, que inclui a formação de militares daquele país.
Os dois ministros vão estar reunidos de manhã no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, para um encontro de trabalho, no qual será assinado o documento que estabelece os termos da cooperação militar para os próximos cinco anos.
Em declarações à agência Lusa, o governante revelou que além da formação e treino de forças especiais, fuzileiros e comandos, o programa inclui outras linhas de cooperação militar, nomeadamente as “componentes terra-ar” e informações.
E acredito também que há muito a ganhar em trabalharmos com drones, que oferecem uma capacidade de recolha de informação que pode ser preciosa. E a nível de informações é outro domínio que vai ser trabalhado”, referiu o governante português.
No que toca aos locais de trabalho, está previsto que os militares portugueses estarão no sul do país, em Catembe, perto de Maputo, (fuzileiros) e no centro (comandos), disse Cravinho. Em meados de abril seguiram para Moçambique duas equipas-avançadas para prepararem, no terreno, as ações formativas.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo jiadista Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714 mil deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.
A contribuição de Portugal para a formação e capacitação das forças moçambicanas prevê o treino de “sucessivas companhias” das forças armadas, em três a quatro meses, durante três anos, o que representa um “triplicar” do investimento português em projetos de cooperação com aquele país, que existe desde 1988.
Fonte: JN