O presidente da Câmara do Porto deu hoje indicações, em reunião de Executivo, para que não fosse já assinado, com a Câmara de Vila Nova de Gaia, o contrato para o lançamento do concurso público de empreitada de conceção-construção da nova ponte sobre o Douro. Tal aconteceu depois dos vereadores da oposição terem manifestado intenção de deliberar sobre a matéria.
O autarca Rui Moreira regia assim às críticas que recebeu da oposição, que alegou falta de debate e transparência no processo.
“Se não houve debate, foi porque os senhores não quiseram debate. O assunto veio cá, falou-se, discutiu-se e, já nessa altura, também disseram que não tinha havido debate, quando estávamos a dizer o que queríamos fazer”, recordou. Na discussão do PDM ninguém disse nada sobre a ponte”, adiantou ainda Rui Moreira.
O presidente da Câmara do Porto desafiou ainda os vereadores a pronunciarem-se. “Precisamos ou não precisamos de uma ponte a cota baixa, a ligar Gaia ao Porto? Queremos ou queremos de uma vez por todas resolver o problema terrível da hiperconcentração de trânsito no Centro Histórico? Eu sei o quero”, declarou Rui Moreira.
Nesse sentido, adiantou que vai legalmente ver como se podem avocar competências nesta matéria para o Executivo, e deu instruções à administradora executiva da empresa municipal GO Porto, Cátia Meirinhos, que esteve presente na reunião, para não assinar o contrato em representação do Município do Porto.
Para Rui Moreira, que falou à comunicação social no final da reunião, o que a oposição tentou fazer foi um “show político”, tentando “inverter questões técnicas em questões políticas”. O autarca assumiu também que não se constrói a ponte se a oposição não quiser. “Se a vereação decidir que aquilo que andamos a fazer este tempo todo está mal feito, então não lançaremos o concurso internacional”.
“É extraordinário que durante este tempo todo isso não tenha sucedido, e que hoje em Gaia [o lançamento do concurso] foi aprovado por unanimidade”, disse o presidente da Câmara do Porto, desafiando agora os partidos políticos a votarem contra. “Não podem ter é sol na eira e chuva no nabal”, referiu aos jornalistas.