O Metrobus começa a circular entre a Rotunda da Boavista e a Praça do Império, a partir de dezembro de 2023. O autocarro articulado a hidrogénio terá uma frequência de cinco minutos e uma capacidade para transportar 4400 pessoas por hora e por sentido. A Metro do Porto estima que possa acrescentar à rede uma média diária superior a 31 mil clientes (mais de 11 milhões de validações por ano).
São oito as estações por onde vai passar o metrobus que vai ligar a Boavista à Foz em 15 minutos. As obras devem ficar concluídas em dezembro de 2023.
O Bus Rapid Transit (BRT), um transporte rodoviário em canal dedicado e com prioridade sobre os outros modos, constitui uma das grandes novidades da nova fase de expansão do Metro do Porto. O primeiro eixo de ligação por via BRT far-se-á entre a Praça do Império e a Rotunda da Boavista e tem um prazo de execução de 20 meses. Até 31 de Dezembro de 2023, o BRT do Porto estará em operação.
No que respeita à procura estimada para esta nova linha, prevê-se que possa acrescentar à rede da Metro do Porto uma média diária superior a 31 mil clientes (mais de 11 milhões de validações ano). Números que se explicam pelos múltiplos pólos de procura situados ao longo e na envolvente da Linha Boavista – Império e que justificam a importância do seu desenvolvimento.
Após a adjudicação do Concurso Público Internacional agora lançado, que se estima poder fazer-se no final deste ano, a empreitada de conceção/construção tem um prazo de execução global de 20 meses, dos quais 18 (540 dias úteis) são reservados à obra em si. O investimento é de 45 milhões de euros, valor ao que irá acrescer o montante relativo ao equipamento de apoio à operação e o fornecimento dos veículos para a frota BRT da cidade do Porto.
O BRT é um transporte público que tem vindo a ganhar expressão em meios urbanos, pelas suas características ambientais e pela facilidade de integração, sendo operado por veículos de elevado desempenho ambiental (eléctricos ou a hidrogénio) similares a um metro, mas que rodam sobre pneus e que não requerem o uso de catenárias para alimentação energética, dispensando também a instalação dos respectivos postes. Este tipo de sistema garante serviços de alto desempenho, com uma procura de média a alta intensidade, funcionando frequentemente enquanto elemento complementar e de interface com o Metro.
De resto, assumindo frequências idênticas às do Metro, o sistema BRT, com veículos articulados e lotação entre os 180 e os 220 passageiros, poderá atingir uma capacidade de transporte na ordem das 4400 pessoas por hora e sentido (a capacidade máxima actual do Metro do Porto é de 9000 pessoas hora/sentido). Note-se também que estes veículos terão prioridade absoluta nos cruzamento e intersecções com a rodovia – o sistema electrónico de balizamento e apoio à exploração do BRT activa automaticamente toda a semaforização.
A Linha Boavista – Império terá uma frequência de 5 minutos em hora de ponta e a ligação entre os seus dois extremos demorará apenas 15 minutos. O tempo de paragem em cada estação é de 30 segundos. A frota das composições BRT – articuladas, com o piso totalmente rebaixado, 18 metros de comprimento e movidas a pilhas de hidrogénio, uma energia silenciosa e hipocarbónica -, será composta por oito veículos (seis para operação regular, dois para reserva), e cujo concurso público será lançado em Outubro próximo.
A Linha de BRT Boavista – Império desenvolver-se-á ao longo das avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa, perfazendo um traçado de exploração de oito quilómetros (4 em cada sentido). O serviço vai contar com oito novas estações de superfície: Casa da Música, Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império. As estações localizadas ao longo da Avenida Marechal Gomes da Costa vão ser desenhadas pelo arquiteto Álvaro Siza. Todas elas, tais como as da Boavista, contarão com cobertura, máquinas de venda de títulos, validadores, câmaras de videovigilância e equipamento de informação ao público – nomeadamente painéis eletrónicos e informação sonora.
Refira-se que a localização destas estações teve em consideração as condicionantes dos locais, os estudos de mobilidade e obedeceu a critérios e princípios de organização e funcionamento já devidamente testados na rede de metro em exploração. Entre estas especificidades, destaque para o extenso espaço verde do separador central da Avenida do Marechal Gomes da Costa, que irá ser integralmente preservado, tal como as espécies arbóreas existentes ao longo do canal, adaptando-se uma das faixas rodoviárias existentes à utilização do BRT.
A ligação entre avenidas do Marechal Gomes da Costa e da Boavista vai concretizar-se através de uma nova rotunda, que será atravessada interiormente pelo canal BRT, de modo a estabelecer uma boa regulação de todos os movimentos rodoviários. Esta rotunda permitirá, portanto, assegurar a absoluta fluidez da operação do BRT, organizando e disciplinando o trânsito automóvel em seu torno.
Nos extremos desta linha, nas duas rotundas já existentes – uma na Boavista, outra na Praça do Império -, o canal BRT ocupará a faixa mais central. Sublinha-se que este canal é claramente segregado face às restantes vias, demarcando-se delas através de um guia de granito (galgável em caso de necessidade). O piso do canal BRT é em betão, pigmentado a verde, podendo em casos excecionais ser utilizados por viaturas de emergência (ambulâncias, carros de bombeiros, polícia).
Todos os atravessamentos pedonais das vias rodoviárias para acesso aos cais das estações serão objeto de um tratamento especialmente atento e cuidado, o mesmo sucedendo com cruzamentos e interseções, que poderão ser reformulados.
Fonte: Metro do Porto