A Santa Casa da Misericórdia do Porto disponibilizou-se esta quarta-feira para receber refugiados do Afeganistão e apoiá-los no seu processo de acolhimento e integração em Portugal.
“Perante a grave situação que se vive no Afeganistão, nomeadamente a crise humanitária em desenvolvimento, a Misericórdia do Porto já manifestou a sua disponibilidade ao Governo Português para receber refugiados daquele país e apoiá-los no seu processo de acolhimento e integração em Portugal”, afirma a instituição em comunicado.
A Misericórdia do Porto refere que a disponibilidade em apoiar pessoas em situação de refugiado “não é nova, já que em outros momentos a Instituição deu apoio e recebeu refugiados de outras regiões em conflito”.
“É com orgulho que atualmente a Misericórdia do Porto conta com um cidadão sírio a trabalhar na organização, que foi acolhido em Portugal e apoiado por esta instituição, sendo um excelente exemplo de resiliência, esforço e integração”, sustenta.
No domingo, o ministro da Defesa afirmou que Portugal vai integrar a operação da União Europeia (UE) e da NATO para proteger cidadãos no Afeganistão e está disponível para receber afegãos, sublinhando que o Governo acompanha a situação “com grande preocupação” .
João Gomes Cravinho referiu também que, “neste primeiro momento”, o Governo português está “a dar conta às autoridades da UE, da NATO e das Nações Unidas” da sua “disponibilidade para apoiar, para receber afegãos em território português”.
França, Itália e a Alemanha realizaram nas últimas horas voos para retirar do Afeganistão cidadãos nacionais e afegãos, enquanto um avião da Lufthansa com 130 refugiados a bordo já aterrou no aeroporto de Frankfurt proveniente da capital do Uzbequistão.
A retirada de afegãos e estrangeiros, que se encontravam no Afeganistão, precipitou-se desde domingo, quando as forças talibãs tomaram o poder em Cabul instaurando o Emirado Islâmico.
O avanço das forças talibãs intensificou-se desde maio, quando começou a retirada das forças dos Estados Unidos.
A retirada dos militares norte-americanos foi negociada em fevereiro de 2020.
Fonte: LUSA