«Meti-me num trabalho dos diabos!» | Portugal Campeão do Mundo de Futsal
Portugal é Campeão do Mundo de Futsal
Declarações do selecionador nacional de futsal, Jorge Braz, em conferência de imprensa, após a conquista do Mundial de Futsal coma vitória por 2-1 frente à Argentina.
[Se depois do título europeu e agora do mundial há mais responsabilidade:] «(risos) Eu tinha isto para dizer: eu meti-me num trabalho dos diabos hoje. Eu arranjei uma confusão bonita. Agora, em vez de revalidar um título tenho de revalidar dois (risos). Estou tramado. Tenho de revalidar dois títulos antes do fim do contrato, senão sou despedido (risos).»
«É continuar a trabalhar, esta semana, de certeza que vai ser desfrutar muito. No próximo domingo já entramos em estágio com a seleção feminina, com os sub-19 e já vamos começar a ligar o chip para o Europeu. Aumenta a satisfação, o orgulho, a confiança.»
[Como espera ser recebido em Lisboa e o que espera ouvir de Marceo Rebelo de Sousa:] «(risos). Só planeei até hoje. Ainda não sei o programa. Nós dissemos que íamos dar a vida, o João Matos disse aqui ontem que íamos dar a vida por este troféu, por levar a taça. O objetivo medalha não nos deixou satisfeitos. Vamos levar a taça para os portugueses. Um grande abraço a todos os que apoiaram aqui hoje e os que estiveram em Portugal a ver na televisão. Amanhã estaremos lá com eles a partilhar este orgulho português. Portugal é uma marca fantástica, brutal. As pessoas, a história, tudo o que é da nossa génese e o desporto permite-nos uma coisa fantástica: há sempre segundas e terceiras oportunidades. É uma satisfação grande amanhã chegar e partilhar com todo o país.»
«Eu, que nasci noutro país, sou filho de emigrantes, sinto um orgulho brutal de Portugal.»
[Futuro:] «Nós temos passos importantes para dar. Há uma coisa da qual eu nunca me vou desviar: amanhã sei que vai ser muito festejo, durante a semana toda. Mas quando voltar ao trabalho, vou pôr os pés no chão e dizer. A humildade e o trabalho tem de continuar igual. Não é por ser campeão do mundo. Se nos envaidecermos, outros países vão-nos passar. E como tenho dois títulos para revalidar, é melhor pôr-me fino. Para mim é claro: quando esta euforia passar, quando for para pegar em planos de treino, regressa à base. Não copies o que já fizeste. E trabalha mais do que os outros. Esse vai ser o futuro do Jorge Braz. Que possa contribuir e ajudar. Disponibilidade, sempre. Pelo desporto e pela modalidade.»
«Só uma coisa, eu disse que não me ia esquecer. Eu já referi e que não haja enganos. Estes 17, não há palavras. Mas não me quero mesmo esquecer de um Pedro Cary, de um Cardinal que perdeu a segunda oportunidade para ter um título na carreira por causa de lesões. Do Nilson, que foi campeão europeu. Do Tunha. Do Márcio, que jogou a qualificação para cá estarmos. E agora já sei que me vou esquecer de um ou outro nome. Do Galvão que teve uma lesão grave e podia estar. Do Mário Freitas, o Silvestre. Todos estes jogadores foram passando connosco. Todo este leque de alguns que me dizem muito, que deram muito e vão continuar a dar a esta família, não me quero esquecer deles. Felizmente, o Jorge Braz, como selecionador, tem um leque de escolhas alargado.»