A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) está a analisar a petição com mais de 3.900 assinaturas pela reposição da decoração interior oitocentista do Museu Romântico do Porto, que reabriu portas em agosto e que, desde então, tem gerado polémica.
“Recebemos a petição (…) o documento está em fase de análise”, confirmou hoje a DGPC, depois de questionada pela Lusa.
A Extensão do Romantismo do Museu da Cidade do Porto, antigo Museu Romântico, reabriu portas a 28 de agosto, tendo sido a sua remodelação criticada pelos diferentes partidos políticos.
A 06 de setembro, numa reunião do executivo municipal, o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, entretanto reeleito nas eleições autárquicas de 26 de setembro, pediu desculpa pela forma “intolerável” e “soberba” como foi comunicada a abertura da Extensão do Romantismo reiterando, perante as críticas da oposição, que “nada foi destruído”.´
A petição, agora em análise pela DGPC, e que pelas 15:15 de hoje já contava com 3.959 signatários, refere que os interiores do museu foram “esvaziados” de toda a sua decoração histórica e substituídos por peças de arte contemporânea.
“Uma casa burguesa musealizada e com abertura ao público que mostrava como se vivia no Porto romântico oitocentista e que deu agora lugar a mais um espaço de contemporaneidade desintegrada como tantos outros e completamente dissociado da vivência original que (também e principalmente) constituía a sua riqueza patrimonial”, sublinha.
Acompanhado de duas fotografias a mostrar o antes e o depois da remodelação, o documento considera que ao “despirem” o museu da sua decoração romântica, nomeadamente do mobiliário fixo e móvel, têxteis, iluminação ou artes decorativas “descaracterizaram” os espaços, funções e vivências.
Questionando onde está e para onde vai o espólio retirado, os peticionários querem que o Museu Romântico do Porto volte a retratar “fisicamente e fielmente” a realidade doméstica burguesa oitocentista.
“Não deveria ser assim tratada a Casa Antiga em Portugal, como casca vazia e oca da vida da história da(s) cidade(s) e da(s) família(s) portuguesas”, entenderam.
Por: LUSA