A Rua dos Clérigos, no Porto, ficará interdita ao trânsito a partir do dia 10 de novembro e por um período de cerca de 13 meses devido às obras da Linha Rosa da Metro do Porto, foi revelado esta sexta-feira.
“A partir do dia 10 de novembro vamos encerrar a Rua dos Clérigos. Há alternativas que foram trabalhadas com a Câmara do Porto e, este corte, prevemos que se estenda por cerca de 13 meses”, afirmou o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, durante a visita ao estaleiro da obra de construção da nova linha Rosa.
Entre esta artéria e a Praça da Liberdade vai manter-se a circulação pedonal, sendo que, aos jornalistas, Tiago Braga assegurou que permanece “sempre um corredor disponível” de circulação rodoviária entre a Rua Mouzinho da Silveira e a Avenida dos Aliados.
“A nossa previsão é 13 meses. Findo esse prazo, avançaremos para outra fase da obra, libertando a Rua dos Clérigos para ela passar a ter serviço rodoviário”, clarificou.
Questionado sobre se estava previsto o encerramento da Rua do Almada, o presidente da Metro do Porto disse que, como o corte vai “coincidir com a interface da Rua do Almada, [esta] vai acabar por não ter saída”.
“A parede da estação obriga-nos a cortar a ligação entre a Rua dos Clérigos e a Rua do Almada, neste período ela vai estar cortada na ligação”, observou. No troço final da Rua do Almada, mantém-se apenas a circulação pedonal.
Como alternativa a quem pretenda deslocar-se para a Avenida dos Aliados ou a Praça da Liberdade, é recomendada a utilização da Praça Guilherme Gomes Fernandes e da Rua de Ceuta (agora com dois sentidos) ou da Rua do Conde de Vizela.
Estes novos condicionamentos surgem face à evolução dos trabalhos de construção da nova linha Rosa do Metro do Porto que, a partir de agora, se vão tornar “mais visíveis”.
“Estamos a entrar numa nova fase da obra. Até agora, a obra foi mais silenciosa, de menor perturbação, apesar das já introduzidas na cidade e dos desvios de redes. Agora, vamos verdadeiramente começar a ocupar de forma mais visível a cidade”, acrescentou Tiago Braga.
Na Praça da Liberdade vai ser construído um túnel com 20 metros de profundidade e cerca de quatro metros de diâmetro, intitulado Rio de Vila, para “canalizar as águas pluviais”.
“Começamos a fazer a ocupação deste espaço para avançar com o túnel do Rio de Vila que vai fazer a ligação até ao Parque de São Domingues”, assegurou, acrescentando que o cálculo hidráulico foi feito de acordo com as regras do leito de cheias.
Ao mesmo tempo, vão começar a ser feitas as “paredes moldadas” da futura estação da Praça da Liberdade, que irá “corresponder às dinâmicas de movimentação” daquela zona que é o “coração” do Porto, estando previstas cinco saídas: duas no Largo dos Loios, uma nas imediações da Estação de S. Bento e duas na Praça da Liberdade (uma perto do Hotel Intercontinental e outra junto à Rua 31 de Janeiro).
“Depois de termos as paredes e cobertura [da estação], podemos resolver a superfície e libertá-la. Isso vai ser faseado”, afirmou, acrescentando que o objetivo é construir a infraestrutura Rio de Vila no prazo de 365 dias e que, após a sua construção, a zona pode ser “libertada”.
“Todo este processo vai desenvolver-se ao longo de quatro anos, mas nós não vamos ocupar permanentemente esta área, vamos libertando à medida que formos construindo”, acrescentou Tiago Braga.
A Linha Rosa terá quatro estações e cerca de três quilómetros de via, ligando São Bento/Praça da Liberdade à Casa da Música, sendo que as obras deverão prolongar-se até ao final de 2023.