Quase 96% da população em Portugal tem já anticorpos contra o SARS-CoV-2, tendo o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) apurado uma seroprevalência (número de indivíduos infetados por Covid numa determinada população, verificado em análises ao sangue) de 95,8%, em linha com o aumento da cobertura vacinas e da situação epidemiológica.
O Norte é a região com a mais alta seroprevalência (96,8%), mantendo-se o Algarve no extremo oposto (91,7%), que o INSA admite possa estar relacionado “com menor cobertura vacinal”. Nas restantes regiões, está acima dos 95%. No que respeita ao género, não há praticamente diferenças: 95,7% nos homens e 95,8% nas mulheres.
Relativamente à faixa etária, esta reflete também a realidade nacional em termos de cobertura vacinal. Sendo o grupo dos 0-4 anos, que não é elegível para imunização contra a Covid, aquele com a menor seroprevalência, nos 76,2%. Seguindo-se os 5-9 anos, nos 78,7%. Contudo, notam os investigadores, foi na faixa “abaixo dos 20 anos que se observou um maior aumento de seroprevalência em relação à 3ª fase”, a que não é desprovida da explosão de casos em janeiro deste ano provocada pela Ómicron, sobretudo nas crianças.
Já nos 20-29 anos regista-se a maior prevalência de anticorpos contra a SARS-CoV-2 (98,6), seguindo-se os 40-49 e 50-59 anos, nos 97,7%. “O que indica que os indivíduos, simultaneamente, vacinados e que tiveram uma infeção por SARS-CoV-2 se mantêm como aqueles com níveis mais elevados de anticorpos, tal como se observou na segunda e terceira fases”, observa o INSA.
Assim, a concentração de anticorpos neutralizastes é menor nos grupos abaixo dos 10 anos e acima dos 70 anos, “estando estes resultados de acordo com a situação epidemiológica nacional observada no primeiro semestre de 2022”, concluem.