Como já era esperado, relativamente ao jogo com a Chéquia, Fernando Santos dá frescura às laterais com a inclusão de João Cancelo e Nuno Mendes, no lugar de Diogo Dalot e Mário Rui, respetivamente. No trio da frente, Diogo Jota rendeu Rafael Leão.
Do lado espanhol, ressalva-se a titularidade do jovem central do Valencia CF, Hugo Guillamón, que teve um batismo de fogo no seu primeiro jogo oficial pela La Roja. A contar com jogos amigáveis, esta foi a terceira internacionalização do defesa central.
A seleção nacional via-se obrigada a pontuar para marcar presença na final four da Liga das Nações e os portugueses apareceram em massa (quase 30 mil) para apoiar os jogadores.
O início do jogo foi bastante morno, com as duas seleções a procurar a ascensão no terreno com muita paciência. Na primeira parte, a Espanha trocou a bola com muita calma à procura de espaços, mas, apesar de Portugal não ter pressionado alto (até porque seria um erro, já que a Espanha sabe sair muito bem a jogar a partir de trás), conseguiu fechar-se bem, com linhas bem juntas e sem dar esses tais espaços. Portugal conseguiu sair várias vezes com perigo para o contra-ataque, daí o número superior de remates no primeiro tempo.
Depois de alguns minutos de demora coletiva, decorria o minuto 23 quando Rúben Neves rematou de meia distância e Unai Simón correspondeu com uma boa defesa. Aos 33 minutos, foi a vez de Diogo Jota fazer levantar a Pedreira e rematar forte para mais uma defesa do guardião espanhol. Aos 37’, Bruno Fernandes tirou as medidas à baliza e, com um remate potente, enviou a bola às malhas laterais, o que deu a sensação de que a bola tinha entrado.
Ao intervalo, registava-se o nulo no marcador, após um primeiro tempo em que, apesar de a seleção espanhola ter tido mais bola, foi a portuguesa a ser mais perigosa. Rúben Neves era um dos melhores ao intervalo, já que foi ele que, por várias vezes, assumiu a bandeja e tentou distribuir. No entanto, em termos coletivos, o medo de falhar foi sempre maior do que a ousadia de tentar.
Na segunda parte, passou apenas um minuto até Diogo Jota descobriu Ronaldo numa diagonal do capitão, que podia ter feito o golo, mas Unai Simón voltou a ser intransponível.
A Espanha foi crescendo à medida que a necessidade de marcar aumentava. Principalmente depois das entradas de Gavi e Pedri e do recuo de Morata, que se deu mais ao jogo e menos à marcação, a equipa espanhola segurou o domínio territorial, anulando o meio-campo luso e criando várias situações de remate e de perigo, ao mesmo tempo que estancava as saídas portuguesas.
Nos derradeiros minutos, a Espanha conseguiu aplicar mais velocidade ao seu futebol, colocando vários elementos na área adversária e em trocas posicionais para a defesa portuguesa resolver.
Diogo Costa ainda parou um, parou outro e mais outro, mas nada pôde fazer quando Nico Williams apareceu sozinho para servir o outro sozinho Morata e fazer o 0-1. Já era tarde demais para Portugal reagir e foi o adeus luso à Liga das Nações.
Na minha opinião, Fernando Santos abordou mal a segunda parte. O empate bastava e esse era o resultado que permanecia ao intervalo, mas a seleção portuguesa, a jogar em casa e com um resultado favorável, podia e devia ter partido mais para cima do adversário, em vez de se fechar atrás, como aconteceu a partir dos 60/65 minutos. Ficou a ideia de que Portugal geriu mal o jogo e não existiu resposta para o crescimento do adversário. Entre William Carvalho e Rúben Neves, bastava um, sendo que Vitinha e Rafael Leão deveriam ter entrado mais cedo.
???? ??: Álvaro Morata. O avançado espanhol foi quem decidiu o jogo e levou a Espanha para a final four da Liga das Nações. Teve um papel importante no sistema do jogo da equipa, já que foi quando ele recuou um pouco no terreno para se dar mais ao jogo e menos à marcação, que esteve mais participativo e decisivo no ataque espanhol.
?????? ?? ????: Segunda parte de Portugal. Na primeira parte, apesar de não ter tido muita bola, a seleção portuguesa conseguiu sair para o contra-ataque com perigo por várias vezes. Na segunda parte, principalmente a partir dos 60 minutos, o ataque português foi praticamente inexistente. Percebe-se a tentação de jogar de forma organizada, compacta e expectante, mas Portugal tem mostrado, ao longo dos anos, que consegue melhores resultados quando pega no jogo e o gere no meio-campo contrário. Há jogadores e qualidade de sobra para isso, ainda por cima a jogar em casa…
Adeus doloroso para Portugal!