O FC Porto foi à Bélgica golear o Club Brugge KV por 0-4 e, com o empate a duas bolas entre o Atlético de Madrid e o Bayer 04 Leverkusen, qualificou-se para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões!
O Club Brugge foi a jogo com duas alterações face ao empate (2-2) diante do Royale Union Saint-Gilloise: entraram Abakar Sylla e Noa Lang para os lugares de Boyata e Bjorn Meijer, respetivamente. A formação belga atuou num 4-3-3. O lateral direito Odoi não subia tanto no terreno, ao contrário do lateral esquerdo Buchanan, com muitas ações no meio-campo ofensivo. Sylla e Mechele foram os centrais, e o médio mais defensivo foi Onyedika. Vanaken e Nielsen jogavam no meio-campo, enquanto o trio ofensivo foi composto por Skov Olsen na direita, Noa Lang na esquerda e Ferrán Jutglà a ponta de lança. Nota para o facto de aquando da construção ofensiva, Vanaken recuava para perto dos centrais para poder receber a bola sem grande pressão adversária.
Já Sérgio Conceição manteve o onze que alinhou no clássico frente ao SL Benfica (0-1). O FC Porto apresentou-se no seu habitual 4-4-2, com os laterais bastante ofensivos, principalmente Pepê. Aproveitando esse avanço no terreno, Otávio, como habitual, fletia para o centro do terreno, sendo que até foi aí que fez o passe em desmarcação para Taremi (já lá vamos).
Costuma-se dizer que quando uma equipa perde um jogo, a vontade que tem é de jogar logo no dia a seguir, para se vingar dessa derrota. Ora, neste caso, o FC Porto quando foi goleado em pleno Estádio do Dragão com este Club Brugge estava claramente numa fase muito mais instável do que está neste momento (apesar de chegar a este jogo com uma derrota no clássico). Por isso, neste caso, ainda bem para o FC Porto que essa premissa não se concretizou.
Tudo isso ficou bem visível na atitude demonstrada pela equipa portista na primeira parte do encontro. Os dragões entraram muito bem na partida, com uma pressão alta e muito forte na reação à perda da bola e foram sempre muito superiores ao Brugge, principalmente em termos ofensivos. Foi um autêntico recital de lances ofensivos e também de desperdício, nomeadamente por Stephen Eustáquio, Galeno e Taremi, cada um com uma ocasião flagrante desperdiçada. Mas, aos 33 minutos, apareceram os inevitáveis Otávio e Taremi. O internacional português recebeu a bola no centro do terreno e fez um excelente passe de rotura entre os centrais do Brugge para Taremi, que desta vez não tremeu e rematou colocado para o 0-1. Foi o primeiro golo que o Brugge sofreu nesta edição da Champions!
O Brugge passou a ter mais bola, na tentativa de reagir à desvantagem, mas os portistas foram sempre muito eficazes na pressão e não permitiram nenhuma oportunidade clara de golo aos belgas na primeira parte.
Ao intervalo, a vantagem portista era justa e apenas pecava por escasso, dadas as três soberanas ocasiões para faturar, antes de Taremi fazer o gosto ao pé. O Brugge procurou a reação, mas veio ao de cima a pressão exercida pelo miolo azul e branco (Otávio e Galeno incluídos).
O início da segunda parte ficou marcado por um erro inacreditável de David Carmo, que ia deitando todo o trabalho da equipa a perder, ao cometer uma grande penalidade infantil sobre Brandon Mechele na pequena área do FC Porto, já sem a bola em disputa naquele lugar. Penálti assinalado a favor do Brugge, mas Diogo Costa, monstruoso, brilhou novamente e defendeu o remate de Hans Vanaken. A equipa do FC Porto festejou mais uma grandiosa defesa do seu guarda-redes, só que Michael Oliver, o árbitro da partida, foi alertado pelo VAR que ainda antes do remate de Vanaken, Eustáquio tinha invadido a grande área. O árbitro inglês mandou, assim, repetir o castigo máximo. Porém, o guardião portista voltou a travar, e de forma espetacular, a forte e colocada conversão de Noa Lang – repetindo o que havia feito duas vezes diante do Bayer Leverkusen, em casa e fora (na altura, frente a Patrik Schick). Simplesmente incrível!
As enormes defesas do guardião portista deram alento a toda a equipa, que, a partir deste momento, assumiu novamente as rédeas do jogo, marcando aos 57 minutos, por intermédio de Evanilson, aproveitando um mau domínio de bola do central Sylla e dando, assim, uma estocada forte na força anímica belga. E três minutos depois, Eustáquio concluiu uma bela jogada da turma de Sérgio Conceição. Galeno veio da ala esquerda até à direita, cruzou rasteiro para Taremi, que, com classe, rececionou e entregou para o canadiano, a dois tempos, fazer o 3-0. Estava praticamente encontrado o justíssimo vencedor da partida e ainda faltava muito jogo.
A desforra total aos 0-4 da primeira volta aconteceu aos 70 minutos, num grande lance coletivo com Galeno a ganhar a segunda bola e a antecipar-se a Mechele, a dar para Otávio, que deixou para Taremi, livre de marcação, fazer o bis na partida e o 0-4 para os azuis e brancos.
Grande e justíssima vitória do FC Porto em Bruges, que demonstra que o resultado no Dragão não foi mais do que um acidente de percurso nas excelentes exibições proporcionadas pela equipa de Sérgio Conceição na Liga dos Campeões.
Só um FC Porto com qualidade e aquela competitividade a que a Europa exige podia fazer golos ao Brugge. Os belgas ainda não tinham sofrido golos na presente edição da Liga dos Campeões, mas ruíram com o avançar do jogo.
Foi uma das melhores (se não a melhor) exibições da temporada azul e branca até ao momento! Praticamente toda a equipa esteve em grande nível, tirando aquele lance de David Carmo que originou a grande penalidade para o Brugge. Não pode cometer erros destes a este nível, embora o central português tenha feito uma boa exibição e até tem vindo a subir de nível. Diogo Costa foi monstruoso na baliza ao defender dois penáltis (embora só conte um oficialmente), tendo feito, assim, história: nunca um guarda-redes defendeu três penáltis numa só época na Champions. Fenomenal!
Com o empate a duas bolas entre o Atlético de Madrid e o Bayer 04 Leverkusen (num jogo com um final dramático), o FC Porto qualificou-se para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões! Épico!
???? ??: Diogo Costa. Firme como uma rocha nas saídas aos cruzamentos tirados para a área portista, Diogo Costa voltou a ser proeminente no momento de deter novo castigo máximo, numa altura em que a vantagem era mínima e, caso contrário, o desfecho do jogo seria totalmente diferente. Mais um capítulo de ouro para o jovem guarda-redes português!
?????? ?? ????: Noa Lang. Poderia destacar vários jogadores do Brugge, no entanto a minha escolha recai sobre Noa Lang. É um grande jogador, o jogador mais valioso da formação belga (segundo o Transfermarkt), e esperava-se que fosse mais preponderante no jogo, em geral. Ainda por cima, falhou a repetição da grande penalidade que poderia dar o empate no jogo. Ainda assim, há que (mais uma vez) dar mérito a Diogo Costa.
O FC Porto está nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões!