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O pintor de Aldoar e os beijinhos do mar

Nascido numa ilha da Foz do Douro, Joaquim Vieira é o protagonista deste episódio da Rubrica RECONHE(SER), da “Rádio Comunitária de Aldoar”, onde esteve à conversa com Neusa Rocha e Renato Florim:

“Vivo no Bairro de Aldoar desde que foi fundado, desde os 4 anos de idade, hoje tenho 60, estou aqui há 56”.

Uma doença obrigou-o a ir para a reforma e viu na pintura uma forma de se manter activo. Mesmo questionando o seu talento para a arte, considera que os seus quadros são “especiais”, pois utiliza “beijinhos do mar” (conchas), algo que demonstra não só a criatividade, mas o amor que deposita em cada trabalho.

“Os meus quadros são especiais porque coloco beijinhos na maioria deles, é isso que faz ser especial, porque não conheço ninguém que faça quadros com beijinhos”. Dedico-me muito porque gosto daquilo que faço, gosto de estar ocupado”.

Apesar de não ser isso que o move para pintar, Joaquim Vieira consegue vender alguns quadros, sobretudo a conhecidos. Expõe o seu trabalho na feira da Senhora da Hora, em Matosinhos, mas reconhece que “as pessoas não têm dinheiro para a arte”.

“O meu maior sonho é ser um pouco mais conhecido. Podia ser mais conhecido fazendo exposições, mas as exposições custam dinheiro”.

O “pintor de Aldoar” falou também sobre o seu processo criativo e relevou desejos ainda por consumar:

“Às vezes vou ao Facebook escolher aquilo que quero e vejo se dá para fazer aquilo que eu quero e é assim que eu faço e me inspiro para fazer os meus quadros. O meu próximo objectivo, o meu grande objectivo, é os três faróis que tem no Rio Douro. Tenho que apanhar os três faróis, rio e mar. Mas vai ser o meu próximo objectivo daqueles de muito trabalho.

Para fazer os quadros, no princípio, não tinha tablets, não sabia mexer nisto, ainda hoje não sei muito bem, mas vou-me desenrascando. No princípio eu comprei um blocozinho no Lidl, tinha a caneta e o íman. Então, com esse blocozinho, eu ia aos locais e tirava um apanhado daquilo que queria fazer e depois pelo apanhado e por aquilo que imaginei na minha cabeça fazia o quadro. A Torre dos Clérigos, a Câmara do Porto, muita coisa foi assim que eu fiz. A igreja do jardim do Marquês, as duas torres não são do mesmo tamanho, eu não sabia. A maioria dos meus quadros no princípio era assim que eu fazia.

Para encontrarem os meus quadros e a mim basta vir ao Bairro de Aldoar, no bloco 12. Se falar no Bairro de Aldoar na pessoa que faça quadros, a maioria das pessoas já sabem”.

Vejam o programa completo aqui

Podem também acompanhar o trabalho do Sr. Joaquim Vieira na sua página de Facebook

A Rádio Comunitária de Aldoar é um projecto da Associação de Ludotecas do Porto em parceria com a Rádio Portuense

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