O concelho do Marco de Canaveses está sem recolha de lixo desde a Sexta-feira Santa, devido à greve dos trabalhadores da recolha de resíduos sólidos urbanos.
Os funcionários da FCC Environment, empresa responsável pela recolha de resíduos em Marco de Canaveses, estão em greve desde a passada Sexta-feira, dia 7 de Abril. Tal postura prolongar-se-à até dia 11 de Abril. Em 2022 registaram-se três greves, a última das quais no natal. Agora, os trabalhadores paralisaram novamente, escolhendo o período da Páscoa. “Por um serviço público de qualidade, pelo aumento dos salários”, lê-se no pré-aviso de greve do STAL- Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local.
Devido à paragem, a totalidade dos contentores dos resíduos sólidos urbanos provenientes da recolha indiferenciada, conhecidos por “lixo doméstico”, estão lotados. Os sacos de lixo, sobretudo nas zonas de maior densidade urbana, vão-se amontoando.
Após a greve acabar, ficarão por recolher perto de 300 toneladas de lixo. A empresa alega que não tem capacidade para responder às reivindicações dos trabalhadores.
A FCC Environment Portugal S.A. é uma empresa espanhola com escritórios no Porto (conta com 57 mil profissionais a operar em mais de 40 países).
Em Dezembro, os trabalhadores deslocaram-se à Câmara Municipal do Marco, entidade contratante do serviço, onde entregaram um caderno reivindicativo ao chefe de gabinete do presidente da Câmara, que com eles conversou.
Nesse documento explicam que reclamam “pelo aumento geral dos seus salários e de todas as prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100€, por forma a proceder à reposição do poder de compra perdido nos últimos anos; pela actualização da retribuição base mensal para 850€”, assim como, “pelo aumento do subsídio de refeição para o valor de 9€”.
Na lista de reivindicações consta também a “fixação do período de trabalho em 7 horas diárias e 35 horas semanais”, “25 dias de férias remuneradas”, “regulamentação e atribuição de um Suplemento de Penosidade, Insalubridade e Risco”, “fixação do trabalho nocturno entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição base mensal”.
Os trabalhadores pretendem ainda a “abertura de um processo negocial sério que uniformize as regras laborais para todos os trabalhadores, que promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional e a qualidade do serviço prestado; pela valorização das carreiras profissionais e sua regulamentação por forma a permitir a progressão e promoção na carreira a todos os trabalhadores; pela regularização das situações de vínculo precário para que a necessidades permanentes correspondam vínculos efetivos”.