A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quarta-feira buscas em 18 autarquias do Norte e Centro do país, no âmbito de uma investigação a suspeitas de práticas de corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder. De acordo com comunicado enviado às redações, o inquérito é titulado pelo Ministério Público – DIAP de Coimbra.
Esta quarta-feira, no âmbito da operação “Rota Final”, realizaram-se “buscas domiciliárias e não domiciliárias, em autarquias, entidades públicas e empresas, relacionadas com a existência de um esquema fraudulento da viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas”.
“Mediante atuação concertada de quadros dirigentes de empresa de transporte público, de grande implementação em território nacional com intervenção de ex-autarcas a título de consultores, beneficiando dos conhecimentos destes, terão sido influenciadas decisões a nível autárquico com favorecimento na celebração de contratos públicos de prestação de serviços de transporte, excluindo-se das regras de concorrência, atribuição de compensação financeira indevida e prejuízo para o erário público. Também no recrutamento de funcionários se terão verificado situações de favorecimento”, acrescenta a Judiciária em comunicado.
Ao todo, realizaram-se 50 buscas, domiciliárias e não domiciliárias que envolveram 200 elementos da Polícia Judiciária, entre inspetores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos.
Foram 18 as Câmaras Municipais objeto de buscas: Águeda, Almeida, Armamar, Belmonte, Barcelos, Braga, Cinfães, Fundão, Guarda, Lamego, Moimenta da Beira, Oleiros, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Sertã, Soure, Pinhel e Tarouca.
A investigação prossegue para determinação de todas as condutas criminosas, seu alcance e respetivos agentes.
Transdev visada na operação “Rota Final”
A operadora de transportes públicos Transdev é uma das visadas nas buscas realizadas hoje pela Polícia Judiciária, disse uma fonte policial.
“Para já, não há nenhum detido”, acrescentou, em declarações à agência Lusa.
Ainda de acordo com a fonte, cerca das 11:00 a operação ainda decorria, com buscas, recolha de documentação “e outros elementos de prova”.
Artigo por : LUSA