O Politécnico do Porto prevê, a partir de 15 de maio, conseguir fazer 160 testes diagnóstico à Covid-19 por dia a utentes que “não são considerados prioritários”.
O Instituto Politécnico do Porto vai, a partir de maio, associar-se a dois agrupamentos de centros de saúde da zona Norte e começar a fazer testes de diagnóstico à Covid-19, prevendo fazer 160 por dia.
“Achamos que poderia ser útil colocar os nossos equipamentos, assim como recursos humanos e técnicos, a contribuir para ajudar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, afirmou esta sexta-feira, em declarações à Lusa, Ruben Fernandes, investigador da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto.
Os dois projetos, desenvolvidos no âmbito da linha de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) “RESEARCH 4 COVID-19”, envolvem um núcleo de 14 profissionais de saúde ligados ao ensino, investigação e prática clínica do Politécnico do Porto e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
Além deste núcleo, os projetos, intitulados “IPP4AFA”, incluem os Agrupamentos de Centro de Saúde Entre Douro e Vouga I — Santa Maria da Feira/Arouca e do Tâmega II — Vale do Sousa Sul.
“Surgiu a possibilidade de contribuirmos para um elo geográfico mais excêntrico aos grandes centros. Os dois ACES abrangem cinco municípios — Santa Maria da Feira, Arouca, Penafiel, Castelo de Paiva e Paredes — e somados os utentes dá uma população superior a 235 mil pessoas”, referiu o investigador.
Nesse sentido, o Politécnico do Porto prevê, a partir de 15 de maio, começar a fazer os testes de diagnóstico à Covid-19 a utentes que “não são considerados prioritários”. “Vamos contribuir sobretudo para as unidades de saúde primárias e sempre que o médico achar que o seu utente não está dentro dos critérios usados para as prioridades, mas que beneficiaria em fazer o teste”, explicou.
Segundo Ruben Fernandes, a equipa prevê conseguir fazer 160 testes por dia, sendo que a colheita é feita pelos dois agrupamentos de centros de saúde e, posteriormente, entregue aos investigadores que vão fazer o diagnóstico no Portic — Porto Research, Technology & Innovation Center, no Porto.
Paralelamente, os investigadores pretendem também “testar os anticorpos”, sendo que este teste apenas vai ser dirigido aos profissionais de saúde que nele quiserem participar.
“Estamos a acompanhar o desenvolvimento científico ao nível da imunidade, mas o facto é que já temos as ferramentas técnicas para fazermos o diagnóstico serológico e vamos só tentar fazer aos profissionais de saúde que queiram, tendo sempre a noção de que os anticorpos não querem dizer que a pessoa está imune ao vírus”, concluiu.
Com um financiamento de 30 mil euros (cada um), estes são dois dos 66 projetos apoiados pela linha de financiamento “RESEARCH 4 COVID-19”, que visa responder às necessidades do Serviço Nacional de Saúde.
Portugal contabiliza 820 mortos associados à Covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim de quinta-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Fonte: LUSA