A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 29 anos com antecedentes criminais suspeito de atear fogos numa zona florestal, mas onde estão localizadas “inúmeras” empresas e casas de Valongo e Baltar, revelou hoje aquela força policial.
Em comunicado a PJ recorda, a propósito desta detenção, que tem sido “noticiado o caso do incêndio que vitimou dezenas de animais, num abrigo em Agrela [concelho de] Santo Tirso”, o qual “teve origem em Valongo.
“Pelo que a imputação de também esta ignição está a ser avaliada pela investigação”, lê-se no comunicado da PJ que descreve ter detido o suspeito em flagrante, estando este indiciado por mais de três dezenas de incêndios florestais, ocorridos na zona de Sobrado, em Valongo, bem como em Baltar, concelho de Paredes.
A PJ descreve, ainda, que “os incêndios terão sido provocados com recurso a isqueiro, num quadro repetitivo, que se estende no tempo, pelo menos desde o início de julho”.
O detido tem 29 anos e é eletricista, mas, conforme a PJ aponta, “embora trabalhasse, conciliava tal atividade com a constante circulação, de dia e de noite, nas zonas florestais, efetuando múltiplas manobras evasivas e condução errática, presumivelmente para despistar as autoridades”.
A detenção foi conduzida pela PJ, através da Diretoria do Norte, com a colaboração do Grupo de Trabalho do Norte de Redução das Ignições Florestais, a GNR, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), bem como bombeiros voluntários e autarquias locais.
“A investigação teve que avocar consideráveis recursos humanos e materiais, para concretizar a detenção na sequência de mais um ato criminoso”, refere a PJ, acrescentando que “a permanente deflagração de ignições florestais nas zonas de Valongo e Baltar, tem originado um esforço considerável por parte dos bombeiros e entidades responsáveis pela conservação da floresta, que há muito clamavam pela resolução da situação”.
Em causa está uma zona caracterizada como sendo zona de floresta, mas onde estão localizadas “inúmeras empresas e residências, aquilo que é considerado o interface urbano-florestal”.
“Daí a sua elevada perigosidade”, sublinha a PJ.
O detido, que tem antecedentes policiais por crime de incêndio florestal, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação adequadas.