No Porto, reúnem-se esta sexta-feira 24 chefes de Estado e de Governo para formalizar compromisso com pilar dos Direitos Sociais. Confederação do Voluntariado pede fiscalização das metas.
Esta sexta-feira, ao jantar, a suspensão das patentes de vacinas contra a covid-19 será discutida pelos 24 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos no Porto para se comprometerem com uma nova agenda social. A discussão foi confirmada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apesar da oposição da chanceler alemã Angela Merkel, uma das três líderes ausentes da cimeira. A medida, pedida pela Organização Mundial da Saúde, é apoiada por países como a França e os Estados Unidos.
Numa cerimónia em que participa o primeiro-ministro António Costa, o interior dos Paços dos Concelho fica somente acessível a uma delegação da União Europeia, não tendo convidados externos devido às questões de segurança e limitações de espaço.
Nestes dois dias, são aguardados mais de 100 participantes na Cimeira, cujos trabalhos arrancam na tarde de hoje. Efetivamente, a passagem dos três presidentes das instituições europeias pela Câmara do Porto durante esta manhã é caso raro na cronologia de outros eventos europeus à mesma escala, gesto de deferência para com a cidade do Porto pelo seu acolhimento e apoio à organização daquele que é também o primeiro grande encontro presencial de líderes da União Europeia em contexto de pandemia.
A Cimeira Social da UE inicia com uma conferência, na Alfândega do Porto, onde marcarão presença líderes políticos e institucionais, parceiros sociais e sociedade civil e continua, no sábado de manhã, com um Conselho Europeu informal no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, de onde se aguarda que saia um compromisso político para a agenda social europeia. Já ao princípio da tarde de amanhã, realiza-se a Cimeira UE-Índia, que vai reunir os líderes europeus e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que participa remotamente depois de ter anunciado, há cerca de duas semanas, a impossibilidade de estar presente devido à grave situação pandémica vivida na Índia.
A Cimeira Social da União Europeia tem no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março.
O plano estabelece três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente, menos 15 milhões de pessoas (cinco milhões das quais crianças) em risco de pobreza e exclusão social.