“O tema dos abusos sexuais tem abalado muitas pessoas, com grande eco nos órgãos de comunicação e, para muitos, abalou a credibilidade da própria Igreja”, declarou D. José Ornelas na missa da 90.ª peregrinação diocesana. No altar do santuário, o bispo de Fátima lamentou também que “muitas pessoas perderam mesmo o interesse de participar na vida da comunidade” mas que a Igreja tudo irá fazer “para que estas situações não se repitam e para que as nossas comunidades sejam expressão de carinho verdadeiro e espaços seguros para o crescimento dos mais pequenos e mais necessitados de protecção e de ajuda”.
“É preciso abrir os túmulos do faz de conta, do encobrimento. A abertura dos arquivos tem de significar abrir o coração à justiça, à reparação, à esperança”, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, reconhecendo que a calamidade dos abusos é relevante, “não esconder nem se resignar ao mal”, é a postura exigida.
“Procurar conhecer a realidade, exprime, antes de mais, que repudiamos esses maus procedimentos, que não são nem a generalidade nem o ser da Igreja, que somos nós todos”, finalizou D. José Ornelas.