Associação da Comunidade Afegã em Portugal está “profundamente chocada” com o ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, que fez dois mortos e um ferido. Demonstra “confiança no sistema judicial português” e espera que o caso seja investigado “ao pormenor”.
“Profundamente chocada” com o ataque de Terça-feira ao Centro Ismaelita de Lisboa, a Associação da Comunidade Afegã em Portugal pede “pena máxima” para o perpetrador, um refugiado afegão, que matou, com recurso a faca, duas mulheres, funcionárias do Centro.
“Aproveitamos a oportunidade para solicitar ao sistema do governo português que considere a pena máxima para o agressor com base nas leis e nos regulamentos judiciais do país”, refere a comunidade afegã, num comunicado, considerando tratar-se de um acto individual, que não deve ser generalizado.
A associação condena o “brutal e criminoso” acto que aconteceu no Centro Ismaelita e manifesta “confiança no sistema judicial português”, desejando que o assassinato seja investigado ao “pormenor” e que os resultados da investigação sejam divulgados para a população. Considera o ataque como sendo “um grave crime contra a humanidade” e contra a “sociedade pacífica de Portugal”.
O refugiado afegão perpetrou o ataque com uma “faca de grandes dimensões” no Centro Ismaili, em Lisboa. Duas mulheres que trabalhavam no centro morreram e uma pessoa ficou ferida. O agressor foi atingido pelos agentes da PSP, tendo sido levado para o Hospital de São José, em Lisboa, onde foi alvo a de cirurgia.
“Em circunstância alguma tais atos violentos e criminosos seriam aceitáveis pela comunidade afegã em Portugal e pela sociedade pacífica de Portugal”, considera a associação, que endereçou condolências às famílias das vítimas e uma “rápida recuperação” aos feridos.
“Acreditamos firmemente numa comunidade forte e pacífica onde todos possam viver em paz e harmonia, independentemente da sua raça, cor, etnia e ou diferenças linguísticas”, conclui a comunidade afegã.
O ataque foi condenado pelo Presidente da República e pelo Primeiro-Ministro. Marcelo Rebelo de Sousa pediu para não se fazerem generalizações, seria “injusto e precipitado”, tratando-se de um “acto isolado”.
O homicida agora detido é beneficiário, como refugiado, do estatuto de protecção internacional e não era alvo de qualquer sinalização pelas autoridades.
Abdul Bashir, nascido em 1994, refugiado afegão, viúvo, que reside em Odivelas com três filhos menores. O homem estava em Portugal desde 2021, vindo da Grécia, e terá distúrbios mentais