A quinta edição do North Festival – que decorreu entre 26 e 28 de maio – atraiu à Alfândega do Porto um total de 50 mil visitantes, que geraram na cidade um impacto económico global estimado superior a 15 milhões de euros na cidade do Porto. Este valor foi calculado com base em despesas de alojamento, deslocações, refeições, compras e presentes, cultura e lazer, entre outras despesas.
O estudo – realizado pelo ISAG – European Business School (ISAG-EBS) e pelo Centro de Investigação em Ciências Empresariais e Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC) durante os três dias de festival – indica, também, que 90 por cento dos mais de 1.000 inquiridos participaram, este ano, pela primeira vez, no evento. Os inquiridos revelaram, igualmente, um elevado grau de satisfação com o evento, o que prova que a aposta do festival num cartaz eclético para conquistar novos públicos se relevou acertada.
Analisando em detalhe o balanço do impacto económico – que fez movimentar hotelaria, restauração e atividades turísticas de uma forma global –, o alojamento foi a despesa média mais significativa (cerca de 131 euros diários). Neste ponto, refira-se que 36 por cento dos festivaleiros optaram por pernoitar em hotéis, 21 por cento em alojamento local, 21 por cento em casa de amigos/familiares e 10 por cento em hostel. 12 por cento dos inquiridos ficaram alojados em outros tipos de estabelecimento. A proximidade do recinto foi o fator que mais influenciou a escolha da estadia (resposta de 28 por cento do público auscultado).
Em segundo lugar, e no que toca aos gastos diários, surgem as deslocações e viagens para quem visitou a cidade do Porto durante estes três dias (representando um gasto médio de 92 euros diários), seguidas das compras e presentes (77 euros diários). Já no interior do recinto, o gasto médio diário por pessoa – excluindo o valor do bilhete ou do passe geral – atingiu os 40 euros.
Nesta quinta edição, a organização do North Festival apresentou um cartaz eclético, que se destacou pela aposta em headliners consagrados e aclamados no panorama musical internacional – Robbie Williams, Ivete Sangalo e The Chemical Brothers –, o que se revelou um sucesso no que se refere à conquista de novos públicos. Neste ponto, e numa escala de importância de 1 a 5, saliente-se que, para os inquiridos – nomeadamente os 90 por cento que se estrearam no festival –, os cabeças de cartaz e o line-up foram precisamente a razão mais valorizada (4,5) para a compra de bilhete. Seguem-se a localização (4,4) e o fator socialização (4,3).
Festivaleiros atribuem nota positiva ao North Festival
No balanço final dos três dias do North Festival, o grau de satisfação global dos inquiridos fixou-se nos 4,4, numa escala de 1 a 5. Entre os vários parâmetros avaliados, o local do evento e as bandas escolhidas foram os itens que mereceram melhor nota (4,5). A organização (4,3), os horários dos concertos (4,3) e a restauração (4,3) receberam, também, uma avaliação muito positiva. Questionado sobre a imagem geral do festival, o público afirmou que “vai recomendar o festival a família e amigos” (4,3) e que “tenciona voltar na próxima edição” (4,2).
Acrescente-se, ainda, que o North Festival atraiu, também, visitantes além-fronteiras. Neste caso, o estudo desenvolvido pelo ISAG-EBS e pelo CICET-FCVC revela que cerca de 2.500 festivaleiros eram provenientes de vários países da Europa, mas, também, de outros continentes. Entre as principais nacionalidades representadas no festival destacam-se a brasileira, espanhola, alemã, polaca, inglesa e francesa.
Entre os inquiridos internacionais ou residentes fora da Área Metropolitana do Porto, 22 por cento do total da amostra, 93 por cento afirmou deslocar-se ao Porto propositadamente para o festival, com uma estadia de, em média, 2,5 noites. Desse universo, metade aproveitou a presença no evento para conhecer a cidade. Entre as várias atividades realizadas, a visita ao centro histórico (73%) e a monumentos ou museus (34%), a gastronomia (26%) e as compras (24%) foram as mais mencionadas pelo público. Os visitantes estrangeiros ou provenientes de fora da Área Metropolitana do Porto apreciaram a visita ao Porto (4,8 em 5), consideraram que a imagem da cidade é positiva (4,7 em 5) e que o festival reforça a imagem da Invicta (4,7 em 5).
No que se refere ao perfil sociodemográfico dos mais de 1.000 inquiridos do estudo, destaque-se que o género feminino representou 58% da amostra, que apresentava uma média de idades de 38,8 anos. Acrescente-se, ainda, que 59% dos inquiridos completaram, pelo menos, a licenciatura ou grau superior e que quase 85 por cento se encontra ativo profissionalmente.
O ISAG-EBS desenvolve, desde 2011, e com a parceria do CICET-FCVC, desde 2021, trabalhos de investigação aplicada em festivais e outros grandes eventos, que têm como objetivo analisar o público, o comportamento e satisfação do consumidor, assim como avaliar as marcas patrocinadoras e o impacto económico do evento para a cidade. Este ano, e pela primeira vez, realizou este estudo para o North Festival.