Cervejaria Galiza fecha definitivamente

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Os trabalhadores da Cervejaria Galiza, no Porto, encerrada em julho de 2020, perderam em tribunal a oportunidade de reabrir o espaço, após o senhorio acionar o direito de preferência, disse hoje à Lusa, fonte do sindicato.

Nuno Coelho, do Sindicato de Hotelaria do Norte, explicou à Lusa que o desfecho do processo “decorre da lei” e que o “administrador de insolvência teve de dar o direito de preferência ao senhorio, uma vez que ele o acionou”.

O Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia declarou a 4 de junho a insolvência da Sociedade Atividades Hoteleiras Galiza Portuense, proprietária da cervejaria, na sequência do requerimento apresentado pela Sociedade Real Sabor, de Vila Nova de Gaia, no qual reclamava 11.951 euros. A partir daqui, havia 30 dias para a reclamação de créditos.

Apesar de a empresa registar dívidas de cerca de dois milhões de euros ao Fisco e à Segurança Social, os trabalhadores conseguiram um “investidor interessado em manter a cervejaria aberta e que lhes mantinha os postos de trabalho”, relatou à Lusa Nuno Coelho.

Durante o processo surgiu outro investidor, “com outro interesse para as instalações”, acabando o processo por se estender “até quinta-feira da semana passada, altura em que o senhorio acionou o direito de preferência”, acrescentou o sindicalista.

À Lusa, António Ferreira, ex-funcionário da cervejaria e representante dos trabalhadores comissão de credores, afirmou-se “surpreendido com o desfecho”, lembrando que “tinham um investidor, a empresa Imparávelpuzle, de Adriano Cardoso, que iria dar continuidade à cervejaria como marisqueira e cervejaria”.

“A recuperação do espaço pelo senhorio deixou uma incógnita sobre os trabalhadores que agora se veem sem perspetiva nenhuma”, acrescentou António Ferreira, confirmando que, embora todos “estejam no fundo de desemprego, mais de metade dos quase 30 restantes ainda estão longe da idade da reforma”.

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