Baró recupera o brilho
Romário Baró, que foi considerado o melhor jovem atleta em 2019 graças ao seu brilhantismo na conquista da Youth League, perdeu protagonismo na equipa do FC Porto, visto não jogar desde o dia 3 de janeiro, mas a sua recente deslocação para a equipa B, atuando na Liga 2, com 4 jogos em março, está a ser ferramenta oportuna para alegrar o talentoso médio e devolver-lhe a mais cabal confiança nas suas capacidades. A exibição em Mafra (robusto 4-0), mostrou um pensador leve e refletiu a nova chama do craque vindo para Portugal de Bissau.
Passou pelo Sporting, mas na transição para a academia, rumou ao FC Porto. A ascensão foi fortíssima e o médio impôs-se no início da época passada no onze de Sérgio Conceição. Uma lesão sofrida diante do Santa Clara, num lance mais duro de Fábio Cardoso, apagou a luz e Romário nunca mais conseguiu recuperar esse nível exibicional, entrando a espaços. Sosseguem os portistas… em curso está uma fase de maturação.
«Muitas vezes a malta acha que é sempre a subir, porque se estreou muito cedo ou porque fez, de repente, um ou dois jogos. Mas singrar em alta competição é aguentar lá muito tempo. E isso são poucos que o conseguem», começa por expressar Luís Dias, antigo responsável da coordenação do Sporting que viu sobressaírem as primeiras qualidades de Romário, então com 12 anos.
«Foi vítima esta época de duas contrariedades, alheias a ele. Por um lado viu Sérgio Oliveira, muito bem, regular e consistente, a fazer a melhor época da carreira. Por outro apareceu Fábio Vieira com outro tipo de recursos ofensivos, mais criativo e mais eficaz em passes no último terço», revela Luís Dias.
«Acho que foi isso que lhe roubou a participação desejada e travou um pouco o crescimento. Sérgio e Uribe jogam sempre e não dão muito espaço. O treinador não tem de rodar só por rodar. Não vejo nada de mal no Romário, há mérito dos colegas. E depois há o recurso ao Fábio Vieira, que tem características que têm convencido mais o Sérgio Conceição, porque aproximam mais a equipa da baliza contrária», atesta Luís Dias, esperando que a passagem do médio pela equipa B favoreça uma reafirmação com estilo. Com a categoria sobejamente conhecida.
«É um bom sinal, é um excelente patamar para um miúdo como o Romário. Não tendo espaço acima, faz todo o sentido estar na B, que junta exigências e obriga o jogador a crescer depressa. Compete-lhe encarar isso como fator de crescimento e melhorar o seu nível. Fazendo jogos em cima de jogos estará mais preparado para criar concorrência, para voltar e fazer frente aos colegas», elucida Luís Dias, identificando uma causa que tem escondido Baró.
Fonte: A Bola