Um mês após a suspensão das aulas na Escola Alexandre Herculano, no Porto, o diretor garante que as “pequenas intervenções” urgentes arrancarão “a muito breve trecho”.
“Os pedidos de orçamento levam o seu tempo e, como se trata de contratos públicos, tivemos dificuldades em arranjar as propostas que eram exigidas para algumas das intervenções. Mas neste momento o processo já está no Ministério da Educação e ainda ontem [quinta-feira] estiveram cá elementos da direção dos serviços [dos ministério] da região Norte”, afirmou hoje o diretor da escola em declarações à agência Lusa.
Assegurando que “a escola está, dentro das condições possíveis, a funcionar dentro da normalidade” e que “nada está estagnado, mas há aspetos que levam tempo”, Manuel Lima adiantou que “a questão [da substituição] dos vidros agora é muito rápida” e que “o resto, como tapar algumas partes dos tetos, será para iniciar a muito breve trecho”.
“Isto relativamente às pequenas intervenções, agora relativamente à obra de fundo não temos nenhum tipo de informação”, disse.
A escola Alexandre Herculano – projetada pelo arquiteto Marques da Silva (1869 -1947), autor da estação ferroviária de São Bento e da Casa de Serralves, e classificada como imóvel de interesse público – foi encerrada no dia 26 de janeiro por falta de condições, já que chovia dentro de algumas salas.
Após algumas intervenções realizadas nos dias seguintes, as aulas foram retomadas parcialmente, mas os alunos do 7.º e 8.º anos foram transferidos para a Escola Ramalho Ortigão, situada a um quilómetro de distância.
Em declarações, hoje, à agência Lusa, o presidente do Sindicato da Construção de Portugal criticou, contudo, o estado em que se encontra a Alexandre Herculano, alertando que, “se vier ainda um inverno um bocado forte pode haver o abatimento do telhado, que se vê da rua que não tem estrutura para aguentar um inverno agreste”.
“A dita intervenção anunciada pelo senhor ministro da Educação nem com uma lupa se consegue ver. A única coisa que fizeram foi interditar com cordas os locais onde estavam os alunos que foram para a escola Ramalho Ortigão. Depois limparam umas caleirazitas e nada mais foi feito ali”, sustentou Albano Ribeiro.
Segundo o sindicato, “continua a chover, continua a haver buracos e continua a haver plásticos nas janelas, que continuam todas velhas, com vidros partidos e a deixar entrar o frio”, de tal forma que “os alunos têm que levar um blusão e os professores estão a ensinar de sobretudo”.
Neste contexto, o presidente do sindicato diz ter pedido uma audiência ao Presidente da República, por quem pretende ser recebido, juntamente com uma delegação de alunos da Escola Alexandre Herculano.
“Pensamos que ele será sensível, porque senão terá que se fazer mesmo uma concentração frente ao Ministério da Educação com trabalhadores da construção, com alunos e com trabalhadores da função pública”, disse.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Ministério da Educação disse ter ficado há um mês decidido que seriam feitas “obras pontuais de melhoramento para as questões que tinham sido assinaladas e são mais urgentes”, estando em paralelo a ser preparada uma “intervenção mais geral” no edifício.