Voluntários do Grande Porto organizam jantar solidário a favor das crianças da Síria
“Não conseguimos ficar indiferentes aos números e a todas as mensagens e imagens que têm chegado sobre a situação das crianças na Síria. Não podemos deslocar-nos ao local, mas podemos ajudar de outra forma”, descreveu à agência Lusa Cláudia Bravo, que encabeça o grupo.
São 25 euros por pessoa e a iniciativa, que se chama ‘Juntos pelas crianças da Síria’, vai decorrer no Clube dos Fenianos Portuenses.
Em causa está ajudar quem mais precisa, sendo que a UNICEF estima que cerca de seis milhões de crianças está em risco na Síria e que pelo menos meio milhão de pessoas está sob cerco. Perto de 1,5 milhões de crianças vivem em zona de difícil acesso e já morreram cerca de 1.000 desde janeiro deste ano.
Cláudia Bravo acredita que a lotação do Fenianos Portuenses, que é de 250 pessoas, seja alcançada e sublinha a frase que tem dado motivação ao grupo de voluntários: “Se com este jantar conseguirmos ajudar duas ou três crianças pelo menos, já ficamos felizes. É melhor do que não chegar a nenhuma”.
As verbas angariadas serão distribuídas por três instituições de várias áreas de forma a garantir que, de uma forma ou de outra, a ajuda chega à Síria.
Os Médicos Sem Fronteiras, organização internacional de ajuda humanitária de urgência a vítimas de conflitos armados, epidemias e catástrofes, que opera também na Síria, é uma das organizações que receberá o fruto da solidariedade de sábado.
Somam-se os ‘White Helmets’ (em português ‘Capacetes Brancos’) que realiza operações de salvamento nos cenários de guerra, bem como a ‘War Child’, organização inglesa que tem vários programas para ajudar crianças em locais de guerra, como o programa que visa dar ferramentas educativas a refugiados e alojados em campos de acolhimento em países vizinhos.
“Tentamos focar-nos em três organizações diferentes. Tentamos distribuir por várias áreas de forma a ter a certeza de que a ajuda chega”, explicou Cláudia Bravo, acrescentando que a receção da sociedade a esta iniciativa tem sido “muito positiva”.
“Nota-se que as pessoas estão preocupadas, não sabem como podem ajudar, mas querem ajudar. Não há uma apatia geral a tudo que nos rodeia. Por isso é que explicamos e reforçamos que mesmo que não possam estar presentes, podem contribuir”, disse a organização, prometendo “muita transparência na divulgação e tratamento dos donativos”.
Esta não é a primeira vez que este grupo se junta para apelar a causas solidárias. No verão passado, nasceu o “Renascer Pedrógão” com o intuito de ajudar as vítimas dos incêndios que afetaram o centro do país.
Na altura foi criada uma página nas redes sociais, através da qual o grupo de dezenas de voluntários procurou chegar ao maior número de pessoas e empresas possíveis para reunir e distribuir, no local, centenas de produtos alimentares, vestuário, medicamentos, entre outros artigos.