Alojamento Local no Porto – mais de metade pertence a empresas
Um estudo sobre o mapeamento do AL realizado este verão pelo movimento O Porto não se Vende revela que entre os 6.198 registos de AL que existiam na cidade do Porto até 18 de julho mais de metade (51,3%) estão em nome de empresas ou sociedades e sociedades unipessoais.
Entre os registos, o estudo revela ainda que há 84 titulares de AL com “mais de oito registos” e que o titular coletivo com mais AL na cidade do Porto tem “70 registos” efetivos na página do Registo Nacional de Alojamento Local (RNAL).
O segundo titular coletivo com mais AL apresenta-se na RNAL com 61 registos em terceiro lugar do pódio está o titular com “48 registos”, acrescenta o mesmo estudo.
“Estes titulares, em conjunto, são responsáveis por 1.352 registos (21,2% do total na cidade). Neste grupo sobressai ainda um subgrupo de 27 titulares com mais de “16 registos”, e que detém “751 registos”, ou seja 12,4%, lê-se no mesmo documento ao qual a Lusa teve hoje acesso.
Em declarações à Lusa, uma das representantes do Movimento O Porto não se Vende, Ana Barbeiro, descreve, por exemplo, que alguns desses registos coletivos são de áreas bem distintas da turística, aparecendo por exemplo uma sociedade de gestão agrícola.
Na análise que a Lusa realizou hoje na página da Internet da Registo Nacional de Alojamento Local (RNAL) sobre os “titulares da exploração” de AL no Porto, pode ler-se, por exemplo, que estão incluídas sociedades tão díspares como organizações de informática, ferragens, serviços médicos (Moreira da Costa), sociedade de eventos, Associação do Hospital de Crianças Maria Pia, estabelecimentos de restauração e bebidas ‘take away’, café e similares ou farmácias.
Os restantes registos — 3.019 — que correspondem a 48,7% do total de registos são de pessoas singulares.
Em entrevista telefónica à Lusa, José Pedro Lobo, titular do Alojamento Local no Porto designado por Guimarães Sousa Lobo, Investimentos Imobiliário, empresa dedicada à Reabilitação Urbana, que depois vende, faz arrendamento convencional e também turismo de alojamento local, conta à Lusa que uma parte dos operadores turísticos de AL no Porto são empresas que prestam serviço aos verdadeiros proprietários e que ganham entre “20 a 30%” por cada noite vendida.
“Há empresas que gerem o alojamento local e que ficam com 20 a 30%. As transferências são enviadas para o senhorio e depois há uma percentagem entregue à operadora que faz o acolhimento dos hóspedes à chegada, trata da lavandaria ou faz de cicerone na cidade”, descreve.
Há também a modalidade de o proprietário fazer um “contrato de arrendamento” e ser a operadora turística a gerir o apartamento pagando uma renda fixa ao proprietário, mas ficando com todo o lucro e ou prejuízo da casa que fica em AL.
Nos AL do Porto estão incluídos apartamentos, moradias, estabelecimentos de hospedagem e estabelecimentos tipo ‘hostel’.
A maioria do AL no Porto são apartamentos (86,7%), ou seja há 5.376 apartamentos da cidade do Porto destinados para turistas.