Atraso na iluminação de Natal está a preocupar os comerciantes da baixa portuense

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O atraso da iluminação das luzes de Natal no Porto está a preocupar os comerciantes da cidade e a condicionar o aumento de vendas estimada para a época natalícia, alertou, sexta-feira, a Associação de Comerciantes do Porto (ACP).

“Estamos quase a chegar a meio de dezembro e [as ruas] Sá da Bandeira, Costa Cabral, Cedofeita, Rodrigues de Freitas, Fernando Tomás, todas elas ainda não se encontram iluminadas. Tirando a Avenida dos Aliados, todas estas ruas ainda estão sem o espírito natalício e isso é óbvio que prejudica em muito a procura e o consumo destas ruas, ainda por cima ruas tão típicas do comércio do Porto”, declarou à Lusa o presidente da ACP, Joel Azevedo.

A Câmara do Porto anunciou dia 23 de novembro que ia acender “mais de dois milhões de microlâmpadas” em 59 ruas da cidade, praças e jardins a partir do dia 01 de dezembro no âmbito dos festejos da época natalícia, mas no dia previsto a autarquia, através da empresa Porto Lazer, informou que parte substancial das iluminações não estava devidamente montada e não se iriam ligar.

Para o presidente da ACP, os atrasos na iluminação natalícia fazem com que o espírito natalício não esteja tão presente nas pessoas que visitam a Baixa do Porto.

“Este adiar da iluminação e não saber ainda quais ruas é que vão ser iluminadas e de que forma, traz uma preocupação adicional de todos os associados e todos os comerciantes do Porto e pode potenciar a grande diferença da expectativa que tínhamos do aumento do consumo nesta época”, lamentou Joel Azevedo.

Apesar das expectativas do aumento de vendas na época natalícia serem “muito otimistas”, porque há uma “grande estimativa de procura e com isso estimativa de consumo” e porque as pessoas estão “mais à procura do mercado mais tradicional”, Joel Azevedo critica, contudo, o poder municipal não ter ainda procurado as “melhores condições para a procura mais intensa do comércio tradicional”.

O presidente da ACP diz que a associação já se mostrou disponível para colaborar e se envolver na preparação de ações natalícias na cidade, mas até ao momento a Câmara do Porto e a Porto Lazer estiveram “ainda pouco” disponíveis para “abarcar as indicações dos comerciantes”.

“Provavelmente estarão focados noutras atividades que não a do comércio”, considerou Joel Azevedo, acrescentando, que a atividade do comércio é o fator “mais importante na questão da atração turística” e, por isso, espera que as entidades camarárias não se esqueçam de quem potenciou e que continua a potenciar o regresso das pessoas ao centro urbano e até aumentando a segurança da cidade.

Segundo Joel Azevedo, a Associação de Comerciantes do Porto tentou contactar várias vezes a câmara para chegar a acordos de parceria para um envolvimento dos comerciantes nesta quadra natalícia, mas tal desejo não foi possível de concretizar.

“Houve pouca preocupação das entidades camarárias nesta gestão e isso claro que nos deixa tristes, mas estamos tristes não só porque não nos envolverem e não colocarem a Associação no envolvimento destas atividades, mas também por terem falhado uma coisa tão grave como a iluminação de Natal”, assume aquele responsável, recordando que em anos anteriores havia ‘vouchers’ para entregar aos clientes para irem as pistas de gelo, estacionamento facilitado e mesmo reforço de sacos para os lojistas e para o Natal de 2018 ainda não há nada.

“Estranhamos que, ainda por cima, tenham existido estas falhas [iluminação] que são cruciais para a época mais importante para a grande parte dos comerciantes de rua”.

A Lusa contactou hoje a Câmara do Porto para saber se tinha informações da data para a iluminação de Natal, mas não obteve resposta até ao momento.

No dia 01 de dezembro a Câmara do Porto assumia que se estava perante um “grave incumprimento” da empresa contratada e que iria acionar um plano de contingência e todos os meios legais para acautelar os interesses do município.

A empresa responsável pela iluminação de Natal este ano tinha sido contratada pela autarquia há alguns anos sem que se tenham, então, verificado os graves incumprimentos agora registados, recordou a autarquia.

 

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