De acordo com a história, terá sido na cidade do Porto que, pela primeira vez, se ergueu uma Árvore de Natal no país.
A árvore de Natal só chegou aos costumes portuenses com a inauguração do Palácio de Cristal, onde se montava uma gigante. Ramalho Ortigão conta-nos que no Natal de 1865, ano da abertura do Palácio de Cristal, realizou-se um concerto dado por crianças na nave central.
Aconteceu no antigo Palácio de Cristal, em 1865, durante a exposição internacional, sendo que esta foi também a primeira exposição internacional da Península Ibérica.
“Actuou o Sr. Artur Ferreira de Sousa, professor de 7 anos, é uma formiguinha com catarro, mas com o mais forte e profundo catarro com que se pode expectorar o talento. Este sujeito, com 4 palmos de alto, é um artista colossal. Sentou-se ao piano, ou antes sentaram-no… O rabequista Moreira de Sá cujo talento por diferentes vezes, tem sido justamente apreciado pelo público. Artisticamente falando é um violinista de excelente escola. (Bernardo Moreira de Sá tinha 12 anos). Terminada a festa musical, recitou o menino Rebelo Valente algumas estrofes da suave poesia do Sr. António Feliciano de Castilho “O Natal do Pobre”. Apesar do seu artístico “aplomb” e do seu olhar perspicaz e firme, este menino sentiu ao entrar no tabelado que as pernas lhe não obedeciam à vontade sustentando-lhe erecta a dignidade da sua posição vertical. Foi então que o actor Taborda lhe bateu no ombro exclamando: “Avante, colega, e sem medo! Eu também tremo assim; nestas ocasiões todos os valentes tremem!”. Ramalho Ortigão
Fonte: Porto de Antanho